No dia 11 de novembro, quarta-feira passada, duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) foram destacadas para as importantes missões de levarem dois fígados a cantos opostos do Brasil, mostrou a FAB num tuíte. O primeiro voo partiu de São José do Rio Preto (SP) para a capital São Paulo e outro foi de Palmas (TO) para Brasília. As operações aconteceram em turboélices Embraer E120 Brasília e um Cessna Caravan.
Em muitos casos, o emprego das aeronaves da Força Aérea é fundamental para que o processo de transplante aconteça. Por isso, existem tripulações de sobreaviso, em tempo integral, nas seguintes localidades: Manaus (AM), Belém (PA), Natal (RN), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Canoas (RS).
#Voodavida
— Força Aérea Brasileira 🇧🇷 (@fab_oficial) November 12, 2020
Ontem (11/11), a #FAB realizou duas missões de transporte de órgãos.
Um C-97 Brasília decolou de São José do Rio Preto/SP transportando um fígado para São Paulo/SP, e um C-98 Caravan, também transportando um fígado, decolou de Palmas/TO para Brasília/DF.#Transplante pic.twitter.com/xz7abooUFL
Logística do transporte de órgãos
A logística de uma missão de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ) é complexa. Cabe ao Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), Organização da FAB sediada no Rio de Janeiro (RJ), a coordenação da distribuição, por meio de transporte aéreo, dos órgãos para transplante no Brasil. Para isso, a Unidade conta com duas posições da Central Nacional de Transplantes (CNT) em seu Salão Operacional, 24 horas por dia, que administram a logística de distribuição.
Recebida a demanda, os profissionais alocados no CGNA iniciam a busca pelo voo adequado mais próximo, que serve ao percurso requerido. A regra é o aproveitamento de voos da aviação comercial. Quando o trecho não é atendido por linha aérea, entra em cena o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da FAB, que, viabiliza uma aeronave militar. De lá, avalia-se qual Esquadrão deve ser acionado.
A partir de então, é ativada uma cadeia de eventos até a decolagem da aeronave. É preciso checar as condições de pouso no aeroporto de destino, acionar a tripulação e avisar ao controle de tráfego aéreo que se trata de um transporte de órgãos – tanto no plano de voo, quanto na fonia – pois isso confere prioridade ao avião para procedimentos de pouso e decolagem.
As instituições coordenadoras precisam ter uma boa comunicação e trabalhar de forma integrada. A agilidade no cumprimento da missão é necessária, pois todo órgão possui um tempo de isquemia fria (TIF), que é o período que pode ficar sem circulação sanguínea. O coração é o órgão que tem o menor tempo de isquemia, 04 horas. Já os rins, por exemplo, podem ficar até 48h sem serem irrigados.
Contou com informações da FAB