Aviões doados, hub emprestado e o último suspiro da Palestinian Airlines

Foto de Bram Steeman, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia

O governo dos Territórios Palestinos está liquidando sua companhia aérea após 25 anos de fundação e mais tempo no solo do que voando. Sua conturbada história remonta de 1995, ano em que começou a voar para destinos do Oriente Médio com dois aviões Fokker 50 doados pela Arábia Saudita. Nos anos seguintes, a empresa até viu sua frota e operação crescerem, mas de maneira sempre muito efêmera.

Por alguns anos, a empresa voou a partir do Aeroporto Internacional Yasser Arafat, na Faixa de Gaza, mas em 2001 o terminal foi fechado durante a Segunda Intifada e logo depois foi bombardeado e destruído pelas Forças de Defesa de Israel. Como alternativa, a companhia aérea recorreu ao aeroporto egípcio al-Arish, na fronteira com Gaza. Mas a empreitada não teve muito sucesso e, em 2005, a Palestinian Airlines foi suspensa.

Em 2012, o governo fez uma nova tentativa e colocou as aeronaves para voar duas vezes por semana de al-Arish para Amã, capital da Jordânia, tendo Jeddah, Istambul e Dubai como planos de rotas futuras. No entanto, diante de dificuldades operacionais, a empresa resolveu encerrar os voos próprios e alugar sua frota para a Niger Airlines, a fim de aferir alguma receita com isso.

Por algum tempo, era um dinheiro que entrava no caixa da pequena empresa, mas a receita secou durante a pandemia, quando a companhia aérea africana devolveu os aviões. Sem alternativas e sem perspectiva de fazer alguma receita com viagens aéreas, a Palestinian Airlines colocou os dois Fokker 50, de trinta anos de idade, à venda e o governo decidiu que chegou a hora de liquidá-la, segundo reportou o jornal Gaza Post.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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