Azul e Latam querem usar aviões maiores no crítico aeroporto de Congonhas

Como parte das discussões que antecedem a Sétima Rodada de Concessões de aeroportos, na qual se incluem os terminais de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, uma série de consultas vêm sendo realizadas pelo Ministério da Infraestrutura e outros entes ligados ao Governo Federal a atores do setor aéreo.

O objetivo do Governo é ouvir os setores da sociedade e considerar seus anseios e pleitos como parte das análises que vão delinear o edital de concessão dos referidos aeroportos. Como parte dessas demandas, estão não apenas o aumento da capacidade de pousos e decolagens em Congonhas, mas também a possibilidade de operar com aeronaves maiores.

É isso o que pedem Latam e Azul que, em suas constribuições ao processo, sugeriram que o governo considere incluir a adaptação do aeroporto de Congonhas para operar aeronaves da dimensão do Airbus A321, o maior jato de corredor único das respectivas frotas. Hoje, o máximo que Congonhas opera são jatos do porte do A320.

Pede a Latam

Sugerimos a inclusão de nova obrigação de investimentos à concessionária do Aeroporto de Congonhas, ainda na fase inicial de investimentos, com a finalidade de compatibilizar a infraestrutura aeroportuária com a operação de Aeronaves A321, a fim de viabilizar sua operação neste aeroporto”, pede a Latam.

A companhia aérea sustenta que a limitação de slots do aeroporto de Congonhas é um problema e que seria “natural uma alteração gradual no mix de aeronaves ao longo dos anos, aumentando o número médio de passageiros por movimento de pouso e decolagem, contribuindo para otimizar a infraestrutura do aeroporto

A Latam sugere que a concessionária vencedora do leilão amplie a pista para 2.200 metros (dos atuais 1.940 metros) num prazo de 60 meses a contar da concessão.

Pede a Azul

A Azul, por sua vez, foi mais comedida no pedido, propondo que “aeroportos com previsão de atendimento de mais de 1 milhão de passageiros/ano em 5 anos deveriam adequar sua infraestrutura durante a fase 1B para o atendimento de aeronaves de categoria 4C. Além disso, também se sugere como comprimento de referência para Congonhas o modelo A321 (44.5m) e a envergadura atual do B737MAX (36m), já em SDU seja o comprimento atual do E2 (41.5m) e a envergadura atual do B737MAX (36m). Também, recomenda-se o porcentual de 75% como gatilho de demanda para a aplicação de pistas e pátios de estacionamento de aeronaves”.

A companhia sustenta que “é imprescindível que, visando a melhoria do serviço prestado aos operadores e usuários, todos os contratos de concessão devam se pautar no melhor aproveitamento possível das áreas e infraestruturas disponíveis, bem como devam prescrever a implementação de melhorias para maximização da capacidade“.

Recentemente, uma outra discussão alinhada à concessão de Congonhas foi promovida pela Secretaria de Aviação Civil, a quem buscou um estudo junto ao DECEA sobre a ampliação da quantidade de pousos e decolagens no aeroporto paulista.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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