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Azul espera economizar R$1 bi com mudanças na frota doméstica no próximo ano

Como parte de sua governança corporativa, a Azu Linhas Aéreas promoveu o Azul Day, nesta segunda-feira (6), em que teve uma reunião com analistas do mercado. Nela, a empresa apresentou seus números até aqui e as projeções para o futuro.

Com especial destaque à transformação que está promovendo em sua frota, a empresa diz esperar chegar em 2026 tendo nela apenas aviões de última geração, enquanto mantém um mix de vários modelos, como acontece hoje. Para empresa, essa é a fórmula certa para operar no país e com a qual conseguirá uma melhor eficiência operacional.

Para o próximo ano, em específico, a companhia espera aumentar sua frota de 140 para 146 aviões (não contando a operação com os C208 Caravan da Azul Conecta). Como mostra o quadro abaixo, os maiores crescimentos serão vistos na frota de Airbus A320neo e de Embraer E195 E2, com aumento de quatro e seis unidades, respectivamente.

A quantidade de jatos E1, naturalmente, decresce, com a despedida de quatro aeronaves. Isso trará menores custo nos voos, embora aumente o custo de leasing. De qualquer maneira, a companhia disse na reunião que “a transformação da frota deve gerar economia de caixa em torno de R$1 bilhão nos próximos 12 meses”. Tal número advém não apenas da frota mais sofisticada, mas também de contratos mais vantajosos.

A renovação de frota também contribui para gerar menores emissões, dado o emprego de tecnologias de última geração nas aeronaves mais recentes, como é o caso do Embraer E2. Numa comparação simples, a empresa mostrou quanto de CO2 é emitido por um E2 por passageiro-quilômetro, em comparação com outros veículos.

No quadro mostrado pela empresa, o jato brasileiro fica no meio entre as máquinas selecionadas no estudo, estando abaixo da moto e muito abaixo dos automóveis compactos.

Outro tema destacado foi a recuperação da malha da empresa, tida como uma das mais rápidas do mundo. Segundo o estudo, a Azul já está acima da capacidade (oferta de assentos) de 2019, tendo mostrado um gráfico de recuperação em “V”.

A retomada dos voos apenas faz sentido se há demanda e, nesse sentido, a empresa apresentou sinais animadores, estando com uma procura já acima do mesmo período de 2019 (em 109%). A tarifa-média cobrada, por sua vez, segue o mesmo padrão.

Esse comportamento reflete a característica da rede de voos da empresa, muito mais focada nos voos domésticos e chegando a cidades onde outras não chegam (a Azul opera 127 destinos, quase o dobro de sua concorrente mais próxima). Num momento em que as restrições de fronteira e o Real muito desvalorizado afugentam os viajantes dos voos internacionais, a Azul acaba “nadando de braçada”.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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