Balsas voadoras que voam a poucos metros da água ligarão a Inglaterra à França

O novo conceito de embarcação totalmente elétrica que funciona como um hidrofólio e voa como um avião – tudo com o conforto e a conveniência de uma balsa. Essa é a proposta da britânica Brittany Ferries.

A Brittany Ferries está explorando o potencial de implementar uma nova forma de transporte de balsa de alta velocidade, sustentável e mais eficiente, chamada de planador marítimo. O conceito de um veículo totalmente elétrico está em desenvolvimento nos Estados Unidos por meio da start-up REGENT (Regional Electric Ground Effect Nautical Transport), com sede em Boston.

A Brittany assinou uma carta de intenções que prevê que os Seagliders (“planadores marítimos”) com capacidade para 50 a 150 passageiros naveguem entre o Reino Unido e a França até 2028. Os Seagliders combinam a conveniência das balsas de passageiros com o conforto dos hidrofólios, a eficiência aerodinâmica do hovercraft e a velocidade de uma aeronave. 

Com potencial para conectar os portos de balsas atualmente existentes, espera-se que a nave voe a velocidades de até 300 km/h – seis vezes mais rápido do que balsas convencionais. A viagem de Portsmouth (Inglaterra) a Cherbourg (França), por exemplo, poderia ser feita em apenas 40 minutos.

Como funciona

As máquinas funcionam aproveitando um conceito bem conhecido dos pilotos – o efeito solo. Esta é uma espécie de “almofada” criada pelo ar de alta pressão preso entre as asas e o solo ou a água durante o voo em baixa altitude. Seagliders são, portanto, semelhantes a um hovercraft com asas.

Após a partida do porto, a embarcação sobe isolando os passageiros do desconforto das ondas. Em águas abertas, ele decola, “cavalgando a almofada de ar” até o seu destino. As hélices montadas nas asas fornecem o empuxo, enquanto os motores elétricos regulam o fluxo de ar sobre as asas.

A Brittany diz que é um meio de transporte altamente eficiente, capaz de movimentar cargas significativas por longas distâncias em alta velocidade. A energia virá de baterias em vez de combustível fóssil. A segurança vem de sistemas redundantes de propulsão e controle de voo, com conjuntos de sensores de última geração que detectam e evitam automaticamente o tráfego marítimo.

“Seaglider é um conceito atraente e empolgante e estamos ansiosos para trabalhar com a REGENT nos próximos meses e anos”, disse Frédéric Pouget, diretor de portos e operações da Brittany Ferries. “Estamos particularmente satisfeitos em contribuir agora porque isso significa que podemos trazer desafios do mundo real e aplicações potenciais para o pensamento da empresa em um estágio inicial. Esperamos que isso possa ajudar a trazer sucesso comercial nos anos que se seguem. Quem sabe; este pode ser o nascimento de balsas que cruzam o Canal da Mancha”.

Assim como os carros elétricos, os planadores do mar se tornam automaticamente mais verdes à medida que mais eletricidade é gerada por fontes renováveis. E, graças à eficiência inerente de viajar acima da água, a velocidade não precisa ser sacrificada para ajudar a reduzir as emissões.

Informações da Brittany Ferries

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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