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Boeing 727 da Total pousa em local inesperado após aviso de fogo a bordo

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Modelo similar ao envolvido no incidente

O clássico Boeing 727-200F da Total Linhas Aéreas teve registrado um novo incidente, o décimo a constar da base de dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), dessa vez devido a um alarme de fogo a bordo, enquanto realizava um voo entre Vitória, no Espírito Santo, e São Paulo – Guarulhos.

Segundo o relatório, a aeronave decolou do aeroporto de Vitória na noite do dia 17 de fevereiro para realizar o voo TTL-5682, um serviço diário e regular de carga, com três tripulantes a bordo. Ainda durante a subida inicial, o engenheiro de voo observou que a bleed do motor número (do lado esquerdo) não estava aceitando o comando de fechamento. Sem que isso fosse necessariamente um problema, a tripulação entendeu que era possível seguir o voo ao seu destino final.

No entanto, minutos mais tarde, enquanto realizava uma série de desvios em meio a uma turbulenta noite de verão, a tripulação recebeu um aviso de fogo, do tipo “lower cargo fire”. Experientes, o comandantes efetuaram o CRM (crew resource management) e decidiram que mudar o destino para o Rio de Janeiro, onde as condições meteorológicas eram mais favoráveis, seria o melhor caminho.

E assim foi feito, o avião fez meia-volta num momento em que já sobrevoava o estado de São Paulo e pousou minutos depois no Galeão. Uma vistoria após o pouso revelou que o alarme de fogo a bordo era falso e que não havia uma situação de risco nesse sentido. Com isso, a aeronave voltou a voar no dia seguinte.

Infelizmente, o rastreamento dessa aeronave nas ferramentas como FlightRadar24 ou FlighAware não é completo, por alguma razão técnica ou por não ter equipamento necessário, portanto não é possível identificar corretamente a trajetória do voo.

O jato, de matrícula PR-TTP tem 43 anos de idade e voa na empresa aérea brasileira desde 2008 segundo os registros do Aeromuseu. No histórico do CENIPA, esse jato já registrou dez incidentes, sendo o mais recente deles em dezembro passado, quando ele sofreu alguns solavancos quando em rota.

Esse é o mesmo Boeing 727 objeto de uma matéria anterior, que mostra tudo o que acontece em sua cabine, além da função do engenheiro de voo, uma posição clássica da aviação, mas que perdeu espaço para o alto nível de informatização.

Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.