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A última variante do Jumbo de passageiros marcou o fim de uma era, mas de maneira melancólica com vendas pífias e sofrendo de um efeito igual ao do concorrente.
Em 20 de março de 2011, decolava pela primeira vez o Boeing 747-8 Intercontinental, ou simplesmente 747-8I. O maior dos Jumbos já construídos, podendo levar até 605 passageiros em classe única, ou 205 a mais que a menor versão do 747, a SP.
A aeronave se destacava não só pelo tamanho, mas pela tecnologia embarcada, já que contava com novas asas, motores e, mais uma vez, o famoso segundo andar, que foi estendido novamente, dando nova aparência ao último Jumbo. Com seus 76,3 metros, é o avião mais comprido do mundo, mas não deslanchou.
De uma certa forma, o futuro do Jumbo de passageiros já estava determinado até mesmo antes de sua produção, uma vez que as empresas aéreas globais já vinham sinalizando seu desinteresse por quadrimotores. No entanto, o Jumbo ainda era muito importante para a carga, de tal modo que a Boeing priorizou a versão 747-8F cargueira nos últimos anos. Hoje, o 747-8F tem mais que o dobro de unidades entregues.
Os motivos para que o 747-8I não se tornasse popular são vários, mas principalmente, tem similaridade com algo que seu concorrente, o Airbus A380, maior avião de passageiros do mundo, também sofreu.
Ambos os aviões possuem quatro motores, que lhe dão uma imponência e fazem deles máquinas incríveis, de longo alcance e podendo levar muita gente, mas para por aí: o consumo é muito alto, e para valer a pena operá-los, é necessário ter uma ocupação muito alta.
Now that’s a beauty shot! 10 years ago today, the 747-8 Intercontinental successfully completed its first flight. The 747-8 #QueenOfTheSkies has since flown millions of people around the world. pic.twitter.com/Z8DZh8whIm
— Boeing Airplanes (@BoeingAirplanes) March 20, 2021
A mudança no comportamento do passageiro, que tem preferido voos mais diretos possíveis também impactou na sorte dos modelos. Além disso, rotas com menor demanda começaram a se tornar mais sustentáveis com o Boeing 787 Dreamliner e o Airbus A350XWB, que reduziram muito os custos com seus novos motores e fuselagens feitas de materiais compostos de carbono, ultraleves.
Essa mudança de mercado, somada ao fato do Airbus A380 ser mais popular (em parte porque chegou mais cedo) estagnaram o 747-8I, que vendeu apenas 48 unidades.
Na versão de passageiros não há mais nenhuma a ser produzida, enquanto que na carga a UPS ainda tem sete jatos na fila. Em termos de entregas, restam apenas duas aeronaves de passageiros a serem entregues: as da Força Aérea Americana que serão os próximos Air Force One. Inclusive, estes dois Jumbos restantes não são encomendas originais dos militares americanos, e sim eram da finada empresa aérea russa Transaero, que nunca os operou.
Hoje a maior operadora do jato de passageiros é a Lufthansa, com 19 unidades, e que o usa frequentemente para o Brasil na rota São Paulo – Frankfurt, sendo o único Jumbo de passageiros em operação no país.