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Boeing 747 bate a cauda no chão violentamente durante a decolagem; rombo se abre no avião

Na madrugada de sábado, 1° de fevereiro, um jumbo cargueiro Boeing 747-400 de uma empresa aérea turca bateu violentamente contra a pista do aeroporto de Dammam, na Árabia Saudita. Ao que parece, os pilotos não tinham ideia da extensão dos danos.

O avião, um cargueiro matriculado TC-MCT e pertencente à empresa turca ACT Airlines, operava o voo SV919 em nome da Saudi Arabian Airlines entre Dammam e Zaragoza, na Espanha, mas teve seu destino alterado subitamente.

Durante o procedimento de decolagem, às 2h43 da madrugada do sábado, dia 2, algo aconteceu na cabine e os pilotos acabaram por bater violentamente a cauda do avião contra a pista.

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Um rombo na fuselagem do 747

Quando vemos fotos de “tailstrikes“, estamos acostumados com imagens da cauda do avião ralada. No entanto, as fotos desse incidente, divulgadas horas após o pouso, são assustadoras, mostrando um rasgo significativo na fuselagem da aeronave.

Mais do que isso, notam-se dois pontos de impacto na fuselagem do 747, um deles mais “leve” próximo das válvulas de escape, e outro muito mais violento no cone de cauda.

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Pelo desenvolvimento dos fatos (o que sabemos até aqui), é possível que os pilotos não tivessem noção da real dimensão do que aconteceu. Isso pode ser inferido a partir da análise dos dados do FlightRadar24, que mostram a aeronave subindo inicialmente a 7.000 pés, depois para o FL100 e, posteriormente, para o FL180, antes de decidir desviar para Jeddah, também na Arábia Saudita.

Quase 3 horas de voo com a cauda danificada

Lendo em um parágrafo parece perto, mas a verdade é que o tempo de voo de Dammam a Jeddah foi de duas horas e cinquenta minutos. E ao se analisar a forma como o avião chegou, é possível até pensar que ele foi perdendo os pedaços da cauda pelo caminho. Isso porque, quando um “tailstrike” acontece, o aeroporto é avisado (ou precisa ser) e faz uma checagem na pista para ver se não ficaram detritos “contaminando” a pista.

E, certamente, se os danos fossem conhecidos, os pilotos teriam retornado imediatamente e voando baixo. Mas não foi exatamente isso o que aconteceu.

A aeronave ainda está no solo em Jeddah, mais de 24 horas após o pouso. Os danos são tão grandes, que é possível que não vejamos esse avião nos céus novamente (não significa que seja impossível consertar, mas que a viabilidade econômica pode não fazer sentido).

Enquanto vemos Boeing 747 de cinquenta anos de idade voando por aí mundo afora, a vida desse que sofreu esse grave incidente é relativamente curta até agora. Ele nasceu como aeronave de carga e foi construído e entregue à Singapore Airlines em 2001.

A empresa cingapuriana o operou por 12 anos, até o mandar ao deserto em 2013, para armazenagem. Em março de 2016, três anos após, a empresa turca MyCargo Airlines (hoje ACT Airlines) se interessou pela aeronave e a arrendou como parte de seus negócios de aluguel de capacidade para companhias aéreas terceiras (ou seja, voando o avião em nome de outras empresas).

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Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.