Boeing 757 fará voo inédito para uma ilha no meio do nada dominada por ventos

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Foto de Pedro Aragão / CC BY-SA 3.0 GFDL via Wikimedia Commons

A Ilha de Santa Helena, localizada no meio do Oceano Atlântico a 1.950 quilômetros da costa da África, receberá, na próxima semana, o maior avião a pousar em seu pequeno e desafiador aeroporto: um Boeing 757-200 da britânica Titan Airways.

A informação foi dada pelo próprio aeroporto em seu perfil no Facebook.

No post, que você vê abaixo, os administradores diziam que “acabavam de sair de uma reunião de planejamento muito útil com a equipe da Titan Airways para a chegada na próxima semana do Boeing 757”. Além disso, eles detalharam que o encontro tratou de tópicos como avaliação de risco, plano de voo e alternativas, critérios de despacho, meteorologia, plano de treinamento, segurança de pista, carga, combustível e acomodação da tripulação.

Embora não tenham detalhado o motivo do voo ou a data exata, eles finalizam o comunicado demonstrando excitação por ver uma operação do maior avião a operar na pequena ilha do Atlântico. Veja a postagem abaixo:

A Ilha desafiadora

A pequena ilha já havia presenciado outro momento histórico por consequência da pandemia da COVID-19 ao receber, pela primeira vez, uma aeronave Airbus em 20 de abril. Naquela ocasião, o Airbus A318 da Titan Airways efetuou um voo especial desde a Inglaterra até a remota Ilha de Santa Helena no hemisfério sul. A operação teve como objetivo o transporte de suprimentos médicos relacionados ao combate do coronavírus.

Mas se essa ilha é tão pequena e isolada no meio do oceano entre o Brasil e a África, e possui um aeroporto com boa pista, porque nunca antes um Airbus havia pousado lá?

O aeroporto local foi inaugurado em junho de 2016 com sua pista contando com longos 1.950 metros de comprimento. A título de comparação, a maior pista do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que é capaz de receber aviões Airbus A320 e Boeing 737-800, possui 1.323 metros, e até mesmo a de Congonhas, na capital paulista, é ligeiramente mais curta, com 1,940 metros.

Os desafios de Santa Helena

Apesar da inauguração da pista em 2016, que levaria ao fim da necessidade de longas viagens marítimas para a chegada e saída da ilha, as primeiras tentativas de pouso se mostraram inviáveis devido aos fortes ventos que incidem por lá. Com o terreno acidentado de Santa Helena, o único local em que foi possível construir a pista não permitia fazê-la alinhada com o vento.

Assim, a empresa aérea africana Comair desistiu de seus planos de fazer voos com o modelo Boeing 737-800, depois que testes de aproximação mostraram que era arriscado demais operar diante dos ventos.

Foi aí que entrou na história a Embraer. Em janeiro de 2017, a fabricante enviou um jato E190 para a ilha e completou diversos pousos bem sucedidos mesmo nas condições adversas de vento. Como resultado, em outubro do mesmo ano a companhia aérea Airlink estreou voos regulares com o E190 partindo de Joanesburgo, na África do Sul.

Agora, chegou a vez de um Boeing de maior porte tentar a façanha. Vamos acompanhar e ver o que acontece.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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