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Boeing 777 é o avião que mais perdeu valor de mercado na crise, veja a lista completa

A pandemia do novo coronavírus tem gerado a maior crise da aviação. A baixa na demanda por viagens, as restrições impostas por governos e a sombra de uma recessão fizeram os preços das aeronaves despencarem, com o Boeing 777 liderando a lista.

Avião Boeing 777
Boeing 777-300ER teve a maior queda no setor © Divulgação

Em uma pesquisa feita pela consultoria Ishka e divulgada pelo Wall Street Journal, é possível perceber quedas de até 13% do valor de mercado das aeronaves comerciais. A lista não é exaustiva, ou seja, ainda há muitos modelos não listados que, igualmente, perderam muito de seu valor. Também é importante citar que a lista leva em consideração o valor de venda e que, nessa matéria, trouxemos os valores de leasing como ilustração.

O Boeing 777 aparece duas vezes na lista da consultoria. Ele encabeça com sua variante 777-300ER, e também finaliza a lista com sua versão cargueira, que sofreu um menor impacto, sobretudo pelo boom no mercado de carga aérea para transporte de suprimentos médicos.

Para citar como exemplo, o Boeing 777 cargueiro estava com valor de leasing mensal de $1,25 milhão de dólares, com esta redução atual de 1% o valor iria teria uma queda de apenas $12 mil dólares – obviamente, considerando que o valor do leasing também se reduziria em 1%.

Em seguida, dos aviões analisados que sofreram menos depreciação, está o Airbus A330-300ceo. Por ser uma aeronave que não é fabricada mais, mas também não é antiga, além de ter grande capacidade de carga, acaba se tornando um atrativo. Considerando valores de leasing do final do ano passado, o A330-300ceo “ano 2019/2019” estaria cotado por $730 mil dólares mensais durante a crise.

Na sequência vem o Embraer E175 com queda de 4% no valor de mercado, o que resultaria em $220 mil no leasing mensal para um modelo fabricado no último ano.

O Airbus A320ceo aparece com uma queda de 5% no valor, similar ao do Boeing 787-8 Dreamliner e do pequeno regional Bombardier CRJ 900. Neste caso os valores de leasing caíram para $313 mil, $950 mil e $190 mil, respectivamente.

O próximo da lista é o brasileiro Embraer E195-E2, que ainda não conseguiu emplacar nas vendas e teve uma queda de 6% no valor de mercado. Neste caso não temos os valores de leasing para informar, por ser uma aeronave que entrou no mercado apenas no final do ano passado.

Com 7% de queda vem o Airbus A350-900, sucesso de vendas da fabricante europeia no mercado de aviões de dois corredores (widebodies). O valor do seu leasing foi para $1 milhão e 60 mil dólares mensais. A queda na cotação resulta na grande oferta da aeronave, num momento em que as empresas esperam que a recuperação da pandemia demore anos.

O mais popular dos 737, o modelo -800NG, está entre os três aviões comerciais que tiveram a maior queda, a qual chega a 8%. Vale lembrar que o modelo viu seu preço de leasing subir nos últimos tempos com o seu irmão mais novo, o 737 MAX, paralisado por conta de problemas de software.

Inclusive, os valores do NG e do MAX chegaram a equiparar-se no mercado de aluguel, algo nunca visto antes na história quando se olham dois modelos com tecnologias diferentes. Com a crise de agora, o valor voltou a cair e chegou em $262 mil dólares mensais para o leasing da aeronave.

Outro best-seller que está nas últimas posições da tabela é o Airbus A321neo, que desbancou o Boeing 757 no mercado internacional de médio alcance. Com uma queda de 10%, seu valor de leasing deve ter ido para a casa dos $369 mil.

Por último e não menos importante, está o maior bimotor do mundo em operação comercial de passageiros, o Boeing 777-300ER. O gigante da Boeing sofreu muito com a queda abrupta de demanda em voos internacionais de longo curso, chegando em 14% de desvalorização de mercado, o que levaria a contratos de leasing menais de $1,17 milhão ante $1,35 mi do período pré-crise.

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