Boeing 777 surinamês finalmente vai sair do chão após meses de enrolação

Filho único, o Boeing 777-200 da Surinam Airways chegou em dezembro de 2019 após mais de um ano de negociações e alguns escândalos. Depois disso, esperou até abril para ser pintado em abril e, só agora, oito meses depois de ter aterrissado em terras sul-americanas, é que finalmente poderá sair do chão, após ter a certificação ETOPS concluída. Com isso, a empresa poderá, enfim, colocá-lo no seu voo regular para Amsterdã, que vinha sendo operado há muito tempo por aeronaves alugadas da Air Belgium a um custo altíssimo.

Segundo o Luchtvaartnieuws, todo esse atraso não passou de pura burocracia, com a empresa aéreo questionando a velocidade da autoridade de aviação local (CASAS) e, por sua vez, a CASAS acusando a Surinam Airways de incompetente e lenta. Enfim, um show dos horrores.

A bem da verdade, quando a coisa começa a degringolar a lavação de roupa suja se torna pública. E foi exatamente isso que aconteceu há algumas semanas, quando o assunto entrou em ebulição publicamente e precisou da intervenção do Governo do Suriname para assentar a poeira. Em uma reunião conjunta, foi então acordado concluir a certificação em curto prazo.

Quebra-galho enquanto o 787 não vem

De início, a Surinam Airways concluiu um acordo com a Boeing para a locação desse Boeing 777-200ER, que substitui imediatamente um antigo A340. Daqui a um ano, um Boeing 787 Dreamliner deve ser o substituto definitivo. O negócio foi controverso, porque um A330 tinha sido uma escolha mais lógica, dada a formação dos pilotos e o acordo com a Boeing causou muita agitação no governo, fazendo com que o executivo-chefe da empresa perdesse o cargo.

O 777-200, que chegou em dezembro de 2019, é um avião de 17 anos de idade que recebeu a matrícula PZ-TCU e, antes de voar para a Surinam, foi da Singapore Airlines, o que é visível na cabine de passageiros, já que ele conserva o interior de seu operador anterior que se beneficia de uma configuração de cabine com 26 assentos da classe executiva em um layout 1-2-1 e 245 assentos econômicos em uma configuração 3-3-3.

Pintura Suriname verde

Ele também foi repintado com o tema “Suriname Verde” para alinhar com a promessa do país de manter pelo menos 93% da sua floresta. O slogan “93% Floresta. 100% suriname” foi pintado na parte traseira da fuselagem e as naceles do motor apresentam o pássaro tradicional da Surinam Airways. A cauda apresenta uma foto da floresta tropical de acordo com sua mensagem promocional.

De língua holandesa, o Suriname mantém uma ligação com Amsterdã por via aérea com algumas frequências semanais operadas pela empresa aérea de bandeira e da KLM. Anteriormente, a companhia operava um Airbus A340-300, mas a quantidade de problemas que o avião dava era tão grande que ela resolveu desfazer-se dele prematuramente. Por ficar mais tempo em manutenção do que voando, a aeronave gerava mais custos do que benefícios, e obrigava seus gestores a alugar várias aeronaves de longo curso para manter a rota em funcionamento.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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