Boeing vê 983 pedidos ruírem com reflexos da Covid e 737 MAX ainda no chão

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Após anos de vendas em alta, a fabricante de aeronaves Boeing viu suas vendas e entregas continuarem sumidas no terceiro trimestre deste ano, com quase 1.000 pedidos sendo cancelados ou postos em dúvida.

A crise imposta pelo novo coronavírus no setor aéreo vem sendo um duro golpe para a indústria, e mais ainda para a Boeing. A empresa, que já vinha sofrendo com a proibição dos voos de seu 737 MAX após dois acidentes fatais, agora vê suas entregas da aeronave caírem para 28 aviões no terceiro trimestre deste ano, ante 63 no mesmo período do ano passado.

Além disso, a empresa americana ainda enfrentou uma série de falhas de produção variadas em seus 787 Dreamliners, que, combinadas, poderiam enfraquecer perigosamente a estrutura de composto de carbono do jato. As descobertas forçaram a empresa a realizar inspeções e reparos nas aeronaves.

“Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com nossos clientes em todo o mundo, entendendo suas necessidades de frota de curto e longo prazo, alinhando oferta e demanda enquanto navegamos no impacto significativo que esta pandemia global continua a ter em nossa indústria”, disse o diretor financeiro Greg Smith.

Segundo a Bloomberg, dos quase 1.000 pedidos cancelados ou postos em dúvida, um terço está realmente cancelado, enquanto o restante foi considerado sob risco de ser descartado de acordo com um padrão de contabilidade dos EUA.

A fabricante de aeronaves viu uma redução de 983 pedidos líquidos de aviões, o que representa redução de 19% na carteira de encomendas. A fabricante não conseguiu registrar nenhum pedido em quatro dos meses de 2020.

Todo esse impacto está fazendo a Boeing passar por uma reestruturação. A empresa reduziu força de trabalho, reviu sua presença global e eliminou alguns investimentos para ter saúde financeira e enfrentar um mercado que está experimentando e caminhando para uma longa queda.

Boeing x Airbus

Em relação a sua grande rival europeia Airbus, a empresa também passa por uma queda significativa no que diz respeito ao número de entregas.

Apesar de a Boeing ter registrado 8 pedidos de aeronaves durante o terceiro trimestre contra apenas 5 da Airbus, a empresa americana entregou apenas 11 jatos em setembro, contra 57 entregas da rival europeia.

Algo de bom

Mesmo com tantas notícias ruins, a empresa comemora o fato de, a princípio, ter solucionado as falhas de produção dos seus 787 Dreamliners. A fabricante entregou 7 unidades no mês passado contra apenas 4 entregas em agosto.

Segundo um porta-voz da empresa, alguns dos oito Dreamliners que estavam parados devido a problemas de fabricação voltaram ao serviço.

A fabricante cita que está tomando medidas para redimensionar, remodelar e transformar seus negócios para preservar a liquidez, adaptar-se à nova realidade do mercado e garantir a entrega dos mais altos padrões de segurança e qualidade, à medida que se posiciona para ser mais resiliente no longo prazo.

“Nosso portefólio diversificado, incluindo nossos serviços governamentais, programas de defesa e espaciais, continua a fornecer alguma estabilidade enquanto nos adaptamos e nos reconstruímos com mais força para o outro lado da pandemia”, acrescentou Greg Smith.

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Claudio Brito
Claudio Brito
Apaixonado por aviação desde o berço como filho de comissário de bordo, realizou o sonho de criança se tornando comissário em 2011 e leva a experiência de quase 10 anos no mercado da aviação. Formado Trainer em Programação Neurolinguística, conseguiu unir suas duas paixões, comunicação e aviação.

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