Boeing afirma que atrasos dos 737 só devem se reduzir no final do ano

Imagem: Greg Gilbert / The Seattle Times

A Boeing disse na quarta-feira (08) que prevê que os atrasos na entrega de sua família de aeronaves 737 continuem por mais tempo neste ano, uma vez que ela enfrenta os atrasos de fuselagem e motores dos fornecedores.




“Você viu as entregas atrasando um pouco no segundo trimestre, e você verá mais do que isso no terceiro trimestre, pois esperamos ter entregas menores do que nossa taxa de produção”, disse o diretor financeiro da Boeing, Greg Smith, a um analista durante uma conferência.

“Mas você verá um quarto trimestre muito mais pesado nos trabalhos para recuperação dos atrasos”, acrescentou Smith. “Os trabalhos estão agora focados em nossa fábrica de Renton e cada um dos fornecedores está ficando cada vez mais em dia com as entregas dos componentes”, disse ele.

O 737 é impulsionado por motores fabricados pela CFM International, pertencente à parceria entre a francesa Safran e norte-americana General Electric. A CFM teve alguns problemas industriais ao produzir seu novo motor LEAP para o 737 MAX.





A Boeing também está lidando com atrasos nas fuselagens fornecidas pela Spirit AeroSystems, sediada em Wichita, Kansas. A Spirit, que produz cerca de 70 por cento da estrutura do 737, enfrentou interrupções este ano em sua própria cadeia de fornecimento, à medida que os fabricantes de peças se esforçavam para atender à crescente demanda. A Spirit disse que está trabalhando para voltar à normalidade ainda em 2018.

As declarações da Boeing aparecem poucos dias depois que, na semana passada, vieram à tona informações de que dezenas de 737s inacabados estão espalhados pelo aeroporto de Renton, onde fica a planta de montagem final do modelo. Mas os motivos seriam mais do que apenas o atraso de entregas de fuselagens e motores.

A Boeing pretende atingir a produção de 57 jatos narrowbody por mês em 2019, após ter aumentado a cadência produtiva de 47 para 52 aeronaves poucos meses atrás, fato que teria contribuído significativamente para os problemas atuais.

 
Informações da Reuters.
 

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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