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Boeing diz não ter pressa para remediar os problemas do 787

A Boeing declarou que levará todo o tempo necessário para resolver os problemas de sua produção do 787, ainda que isso continue a atrasar as entregas, destacando que nenhum dos problemas a serem corrigidos representa uma preocupação de segurança de voo em relação à frota ativa do modelo.

A informação foi dada em comunicado ao site suíço CH Aviation, como reação às notícias de que as entregas do Boeing 787 podem ser retomadas em abril de 2022. Como resultado, várias operadoras estavam estudando prorrogar os arrendamentos ou retornar ao serviço outras aeronaves como Boeing 777-300ER que foram aterrados durante a pandemia.

“Estamos concluindo inspeções abrangentes em toda a produção do 787 e na cadeia de suprimentos, mantendo discussões transparentes com a FAA, fornecedores e nossos clientes. Estamos gastando o tempo necessário para garantir os mais altos níveis de qualidade e, embora esses esforços continuem a impactar as entregas, estamos confiantes que essa é a abordagem certa para impulsionar a estabilidade e a qualidade em nossas operações e para posicionar o programa para o longo prazo, à medida que a demanda do mercado se recupera”, disse a Boeing.

O Seattle Times citou no mês passado um memorando interno da FAA indicando que os engenheiros da Boeing estavam descobrindo mais e mais defeitos de fabricação enquanto desmontavam os Boeing 787. Entre as últimas preocupações estavam minúsculas lacunas descobertas nas junções de grandes seções da fuselagem, na antepara de pressão dianteira e na estrutura ao redor das portas de passageiros e de carga. 

Acredita-se que esses defeitos estejam presentes em mais de 1.000 Dreamliners. Embora não sejam considerados uma preocupação imediata de segurança, eles podem causar o envelhecimento prematuro da fuselagem, disse o memorando da FAA. No início do ano, a Boeing detectou defeitos no material composto durante a fabricação.

Os atrasos na produção e entrega deixaram a Boeing com mais de US$ 25 bilhões em Dreamliners em seu estoque, de acordo com uma matéria recente do Washington Post.

Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.
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