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Boeing e SAAB ganham disputa para novo jato treinador da USAF

A Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) anunciou hoje o ganhador da disputa para o novo treinador à jato dos futuros pilotos da maior força aérea do mundo: o Boeing-SAAB T-X.




O contrato inicial está firmado na cifra de $9.2 bilhões de dólares (R$36 bilhões) e inclui 351 jatos, 46 simuladores e todo o equipamento de solo necessário para a operação dos jatos, que ainda terão o X substituído por algum número.

A aeronave está equipada com um motor F-404 da GE, o mesmo utilizado nos F-18A/B e F-18C/D Hornet, além do SAAB Gripen. Motor que depois foi evoluído para o F-414, utilizado nos respectivos sucessores Super Hornet e Gripen NG. O T-X será o primeiro treinador da USAF com capacidade de reabastecimento em voo.

“O anúncio de hoje é o resultado de anos de foco inabalável dos times da Boeing e da SAAB”, declarou Leanne Caret, presidente e CEO da Boeing Defesa, Espaço e Segurança.

A Boeing e a SAAB fizeram um projeto totalmente novo e dividiram tarefas, custos e riscos para participar do programa T-X da USAF. Na reta final os concorrentes da Boeing foram a Leonardo e a Lockheed Martin/KAI, oferecendo respectivamente o T-100 (M346 Master) e o T-50 Golden Eagle.

O projeto T-X é para substituição dos antigos T-38 Talon que estão em serviço desde 1961. O projeto do Talon depois se tornou o venerável F-5 Tiger.

“Esta escolha permite que as nossas duas empresas entreguem um compromisso que firmamos juntos cinco anos atrás”, declarou Håkan Buskhe, presidente e CEO da SAAB.

Oportunidade para o Brasil

A longo prazo o T-X pode ser uma viável opção para a FAB, que atualmente utiliza o F-5 para treinamento de pilotos de caça à jato. A saída do Xavante em 2010 deixou uma lacuna grande entre o Super Tucano e o Tiger gerando dificuldade para progressão dos pilotos da FAB.

Com a chegada do Gripen NG essa lacuna pode aumentar, tendo em vista a diferença de performance, tecnologias e funções entre o Super Tucano e o jato sueco. Utilizar o F-5 para treinamento é novamente um tampão razoável, mas acima de tudo o Tigre está muito mais próximo do Gripen do que o turboélice brasileiro, e pela avaliação do Ten. Coronel Alvim, não é algo benéfico.

A compra da parte comercial da Embraer pela Boeing e o fato de a Embraer ser parceria da SAAB no projeto Gripen NG abrem uma grande oportunidade para o T-X. É um jato bem capaz, projeto totalmente novo e feito por fornecedores de confiança.

Porém a realidade é bem distante: foram décadas para adquirir apenas 36 caças, quem dirá treinadores novos. Por outro lado, o F-5 que é velho como caça é o mesmo que treina os futuros caçadores, e o Tigre não aguenta outra novela para se aposentar de vez.

Com informações da Assessoria de Imprensa da Boeing.

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