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Boeing estuda maior versão do 737 MAX 10 e não novo substituto do 757

Nos últimos dias, surgiram rumores de que a Boeing estaria avaliando um novo jato para substituir os atuais 737 e o 757. Seria uma nova aeronave com capacidade para 200 a 250 passageiros, que viria a fazer frente ao Airbus A321 da sua maior concorrente. No entanto, novas informações apontam para uma direção diferente.

Boeing 737 MAX 10 – Divulgação

No dia 22 de outubro, falamos sobre rumores apontados pelo The Wall Street Journal que diziam que a Boeing estaria avaliando o desenvolvimento de um avião intermediário às famílias 737 MAX e 787 Dreamliner, o último já de corredor duplo. Este novo jato teria uma capacidade de assentos similar às dos jatos 757-200 e 757-300, que já não são mais produzidos.

Com a falta de opções no lado da fabricante americana, muitas empresas aéreas têm migrado pelos jatos da Airbus nessa faixa de produto, mais especificamente as aeronaves do modelo A321 (variantes ceo, neo, LR, XLR). A Boeing, então, estaria interessada em correr para preencher essa lacuna.

No entanto, pode ser que esse avião “novo” para tentar reconquistar o mercado do 757 não seja tão novo assim, segundo reporta o jornalista Jon Ostrower, do portal Air Current.

“Eu acho que é uma besteira completa [iniciar um projeto do zero], não existe nada sobre isso”, teria afirmado um executivo sênior da indústria ligado à Boeing à Ostrower. Um dos problemas seria que a tecnologia atualmente disponível não é suficiente para compensar os custos de um novo projeto disruptivo, ou seja, não há elementos novos o suficiente para criar um avião do zero e, se isso fosse feito, ele correria o risco de ser lançado daqui a alguns anos já obsoleto.

Um novo projeto consumiria entre $10 bi e $15 bilhões de dólares para ser desenvolvido, e a Boeing não quer desperdiçar com algo incerto quanto à sua eficiência. Mas, para não perder mercado, a empresa estaria estudando repaginar o 737 MAX 10, fazendo modificações mais extensas na estrutura da fuselagem para alongá-lo ainda mais, a fim de atender o mercado deixado pelo 757.

O 737 MAX 10 leva, no máximo 230 pessoas, logo seria apenas um avião um pouco maior para atingir a marca de 250 assentos numa disposição confortável, contando com uma classe econômica. As demais modificações seriam necessárias para assegurar um alcance similar ao do novo A321 XLR, que voará até 8.700 quilômetos.

Estes planos de “crescer” o MAX 10 estavam sendo ativamente estudados antes da pandemia, mesmo com toda a crise gerada pelas quedas dos dois 737 MAX 8. Porém, com o coronavírus, as coisas ficaram nebulosas, apesar de ainda apontarem para um derivado do MAX 10 e não um “757 MAX”.

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