Boeing não teve encomendas e só entregou quatro aviões em julho

As vendas de aeronaves comerciais da Boeing permanecem em “banho-maria”, em parte por causa da pandemia global e em parte por causa da crise do 737 MAX. Em julho, a fabricante não registrou novos pedidos e entregou apenas quatro aeronaves, conforme análise do Aviacionline.

Em seu resumo mensal de encomendas e entregas de aeronaves, a empresa anunciou que entregou dois 787 Dreamliners, um à Air France e outro à Turkish Airlines. Ela também entregou dois aviões de carga, incluindo um cargueiro 767 para a FedEx e um cargueiro maior 777 para a DHL.

Em 2020, a Boeing entregou um total de 74 aeronaves. A equipe de vendas de aeronaves registrou um terceiro mês sem novas encomendas em 2020, após registrar zero pedidos em janeiro e abril.

A Boeing continuou a sofrer pedidos cancelados para sua aeronave 737 MAX no mês passado, recebendo rejeição de 43 pedidos, incluindo 15 da AerCap e outros 20 da empresa de leasing do governo kuwaitiano Alafco. O locador entrou com um processo de US$ 336 milhões contra a Boeing em abril, alegando que o fabricante se recusou a devolver os depósitos por uma ordem cancelada de 40 737 MAX.

Sob um acordo de conciliação alcançado com a Boeing na semana passada, a Alafco disse em uma apresentação de resultados que comprará apenas 20 aeronaves e obterá novas datas de entrega revisadas não especificadas para eles. Detalhes financeiros adicionais foram mantidos em segredo, mas a Alafco disse em sua divulgação do acordo que “espera uma relação duradoura e mutuamente benéfica com a Boeing”.

Os compradores restantes do MAX que cancelaram incluem a canadense Jetlines (oito) e o locador Avolon (dois), e um 737 MAX BBJ (Boeing Business Jet), cancelado por um comprador não identificado.

O livro oficial de encomendas da fabricante de aeronaves caiu em julho para 4.496, depois de ter feito todas as quatro entregas e também sofrido 43 cancelamentos para o 737 MAX. O número de pedidos líquidos até 2020, cancelamentos e conversões com desconto, é de -366.

Quando os ajustes contábeis são incluídos no mix de pedidos para refletir casos em que a Boeing acredita que uma ou mais das encomendas de aeronaves de uma companhia aérea estão em risco devido à saúde financeira, insolvência ou incapacidade de pagamento da companhia aérea, esse número líquido de pedidos negativos aumenta para 836 até 2020.

Em contraste, a Airbus disse na semana passada que entregou 49 aeronaves em julho, acima de 36 de junho. A Airbus fez 245 entregas durante 2020.

Conteúdo do parceiro Aviacionline

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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