Boeing revela novo atraso no 777X ao divulgar resultados de 2020

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A Boeing divulgou hoje (27) seus resultados operacionais referentes ao 4º trimestre de 2020 (4T20) e ao consolidado de todo o ano da pandemia, e entre as informações apresentadas, revelou um novo atraso no programa 777X e prejuízo líquido de US$ 11,9 bilhões em 2020.

Dados financeiros

A fabricante norte-americana relatou receita de US$ 15,3 bilhões no 4T20, queda de 15% ante US$17,9 bilhões do 4T2019, refletindo menor volume de entregas e serviços comerciais devido principalmente à COVID-19, bem como a problemas de produção de 787, parcialmente compensado por uma menor cobrança de considerações dos clientes do 737 MAX no trimestre.

Fonte: Boeing

Com a menor receita, o prejuízo operacional de US$ 2,2 bilhões do 4T19 subiu para US$ 8,0 bilhões no 4T20, como reflexo também de encargo antes de impostos de US$ 6,5 bilhões no programa 777X e de subsídio de avaliação de imposto, parcialmente compensado pelas considerações mais baixas dos clientes do 737 MAX. O saldo foi de US$ 11,941 bilhões de prejuízo líquido no ano de 2020.

O fluxo de caixa operacional no trimestre foi uma saída de US$ 4,0 bilhões, ante saída de US$ 2,2 bilhões no mesmo período do ano anterior, e saída de US$ 18,4 bilhões no ano 2020, ante saída de US$ 2,4 bilhões em 2019.

Fonte: Boeing

“2020 foi um ano de profunda ruptura social e global que restringiu significativamente nossa indústria. O profundo impacto da pandemia nas viagens aéreas comerciais, juntamente com o aterramento do 737 MAX, desafiou nossos resultados”, disse o presidente e CEO da Boeing, Dave Calhoun. “Estou orgulhoso da resiliência e dedicação de nossa equipe global demonstrado neste ambiente ao fortalecermos nossos processos de segurança, adaptados ao nosso mercado e apoiando nossos clientes, fornecedores, comunidades e uns aos outros”.

“Nosso portfólio equilibrado de diversos programas de defesa, espaço e serviços continua a fornecer estabilidade importante enquanto estabelecemos a base para nossa recuperação. Embora o impacto da COVID-19 apresente desafios contínuos para a indústria aeroespacial comercial em 2021, continuamos confiantes em nosso futuro, de maneira direta – focado em segurança, qualidade e transparência enquanto reconstruímos a confiança e transformamos nosso negócio”, completou o CEO.

737 MAX e 777X

O retorno ao serviço do 737 MAX nos EUA e em vários outros mercados foi um passo importante, e a Boeing continua a seguir o exemplo dos reguladores globais e a apoiar seus clientes.

Desde a aprovação da FAA para retornar às operações, a Boeing entregou mais de 40 aeronaves 737 MAX e cinco companhias aéreas retornaram com segurança suas frotas ao serviço até 25 de janeiro de 2021, voando com segurança em mais de 2.700 voos regulares e aproximadamente 5.500 horas de voo.

A Boeing agora prevê que a primeira entrega do 777X ocorrerá no final de 2023, enquanto a previsão original era 2020, mas alterada para 2022 após atrasos. Segundo a fabricante, este cronograma e o impacto financeiro associado refletem uma série de fatores, incluindo uma avaliação atualizada dos requisitos de certificação global, a última avaliação da empresa dos impactos da COVID-19 na demanda do mercado e discussões com seus clientes a respeito do tempo de entrega da aeronave.

Pedidos e entregas de aeronaves comerciais

A divisão Boeing Commercial Airplanes obteve, no 4º trimestre de 2020, pedidos de 75 aeronaves 737 da Ryanair e oito cargueiros 777 da DHL, bem como um compromisso de 23 aeronaves 737 da Alaska Airlines.

Atualmente, a carteira de pedidos incluiu mais de 4.000 aviões avaliados em US$ 282 bilhões.

Os aviões comerciais entregues totalizaram 59 durante o trimestre e 157 durante o ano, ante 79 no 4T19 e 380 no ano de 2019.

Com isso, o valor das receitas do segmento baixaram de US$ 7,46 bilhões no 4T19 para US$ 4,73 bilhões no 4T20, e de US$ 32,26 bilhões no consolidado do ano 2019 para US$ 16,16 bilhões no de 2020.

Fonte: Boeing

A empresa informa que continua a progredir em seus esforços de transformação de negócios em cinco áreas principais, incluindo sua pegada de infraestrutura, despesas gerais e estrutura organizacional, portfólio e combinação de investimentos, integridade da cadeia de suprimentos e excelência operacional.

A Boeing continuará essas ações em 2021 para preservar a liquidez, se adaptar ao novo mercado, melhorar o desempenho, sustentar os principais investimentos e transformar seus negócios para serem mais produtivos, resilientes e competitivos no longo prazo.

Informações da Boeing

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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