Bolsonaro estuda liberar cobrança de bagagem só para low-cost

O presidente Jair Bolsonaro disse, hoje (14), que estuda uma alternativa para manter a gratuidade de bagagem em voos domésticos, mas abrindo uma exceção de cobrança apenas para as companhias aéreas de baixo custo, as chamadas low cost. A informação foi dada durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto.

A volta da franquia de bagagem foi aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional, na análise da Medida Provisória (MP) 863/2018, que permite 100% de participação de capital estrangeiro em empresas aéreas que atuam no Brasil.

Bolsonaro disse que pode sancionar o texto na íntegra e enviar uma nova MP só para estabelecer regras diferenciadas para as empresas as low cost. “Sanciona [o texto] e depois envia uma MP para a criação de um exceção para as low cost“.

O presidente não soube detalhar como essa distinção entre companhias aéreas de baixo custo e convencionais seria feita, mas ressaltou que o tema está em estudo no governo. Bolsonaro deixou claro, no entanto, que ainda não descartou vetar a franquia gratuita. “Politicamente é bom sancionar, mas temos que pensar na economia”, disse.

O texto do projeto de lei de conversão das aéreas precisa ser sancionado pelo presidente até o próximo dia 17 para entrar em vigor.

Definindo low-cost

Não é fácil chegar um consenso de companhia low-cost, seja no Brasil ou lá fora. O conceito feito por Herb Kelleher, o fundador da primeira low-cost do mundo a Southwest Airlines, é a base mas não requisito para ser uma aérea de baixo-custo.

Lembramos que apesar da aérea de Herb ser de baixo-custo e oferecer tarifas mais baixas (low-fare) não necessariamente toda low-cost é low-fare, mas toda low-fare é low-cost.

No Brasil, com a paralisação da Avianca, praticamente todas as aéreas são de baixo-custo, veja alguns pontos que caracterizam esse modelo de negócio que é tendência cada vez maior no mundo e pode virar padrão futuramente (até porque que gestor não gostaria de reduzir seus custos?)

  • Serviço de bordo existente, mas simples: um dos símbolos da empresa é o amendoim, que é servido juntamente com um biscoito e bebida (água ou refrigerante). O custo unitário destes itens é ridiculamente mais barato que um sanduíche quente ou outro salgadinho, algo que a Azul faz muito bem hoje.
  • Sem mordomias: otimizar a aeronave para levar o máximo de passageiros em um limite mínimo porém aceitável de conforto. Sem classe executiva ou econômica premium. Entretenimento a bordo? Pegue o seu celular e conecte no Wi-Fi para ver algo, nada de telas, a LATAM faz isso com o seu LATAM Play.
  • Operação padrão: frota padronizada em só um modelo (Boeing 737), economizando custos para treinamento e manutenção. Mercado menor? 737-700 / MAX 7. Rota densa? -800 ou MAX 8. A GOL que foi a primeira low-cost do Brasil é exemplo claro disso.

Ao que tudo indica, a Globalia Linhas Aéreas, razão social da nova aérea do Brasil do grupo dono da Air Europa, será uma companhia de baixo custo assim como a sua matriz espanhol, que é uma leisure airline (um tipo de low-cost).

Com informações da Agência Brasil – EBC

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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