Cabos de comando estavam invertidos no Embraer 190 da Air Astana que perdeu o controle

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O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) de Portugal chegou à conclusão que o E190 da Air Astana estava com cabos de comando invertidos no incidente grave do final do ano passado.

Até o momento, a investigação em andamento já identificou erros e falhas na manutenção do Embraer 190-100 que, em 11 de novembro do ano passado, pousou em emergência em Beja, após decolar de Alverca com os cabos de comandos dos ailerons trocados. Os ailerons são as superfícies de controle localizadas nas asas, responsáveis pela realização de curvas.

“Durante a fase inicial e de coleta de dados da investigação, foram examinados em detalhe os controles de voo da aeronave, tendo sido confirmada a incorreta instalação do sistema de cabos de comando dos ailerons em ambas as semi-asas”, concluiu o GPIAAF.

A nota informativa acrescenta que a investigação “fornece também, desde já, à Embraer, dados e fatos relevantes” para que o fabricante brasileiro, se assim o entender, tome a iniciativa de atuar em outras vertentes.

“O trabalho de investigação desenvolvido até ao momento resultou também na identificação de desvios aos procedimentos internos por parte do prestador de serviços de manutenção, o que fez com que o erro não fosse detectado nas diversas barreiras de segurança desenhadas pelos reguladores, pela indústria de manutenção aeronáutica e pelo próprio sistema implementado pelo prestador de serviços de manutenção”, declara o mesmo organismo público.

A análise preliminar da condição da aeronave após o voo de 11 de novembro de 2018 identificou “danos estruturais importantes nas semi-asas, na fuselagem e nas superfícies de controle de voo”, que levaram o GPIAAF a alterar a classificação inicial de “incidente grave” para “acidente”.

Informações pela Diário de Notícias de Lisboa e pelo GPIAAF.

Murilo Basseto
Murilo Bassetohttp://aeroin.net
Formado em Engenharia Mecânica e com Pós-Graduação em Engenharia de Manutenção Aeronáutica, possui mais de 6 anos de experiência na área controle técnico de manutenção aeronáutica.

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