CEO da American Airlines: “Recuperação Judicial é um fracasso, não iremos fazer isso”

O CEO da American Airlines, Doug Parker, deu uma declaração enérgica após diversos rumores sobre a empresa entrar com pedido de Recuperação Judicial junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.

Avião Boeing 757 American Airlines

A empresa é a que possui mais dívidas dentre as companhias aéreas americanas e inclusive a aposta do mercado de que a empresa entraria com um pedido de Recuperação Judicial baseado no Chapter 11 tem sido alta. Os títulos de garantia (CDS) em caso de falência ou recuperação judicial da empresa subiram 4.000% nos últimos meses, batendo recordes.

Mas o CEO da companhia foi enfático: “Recuperação Judicial é um fracasso. Não iremos fazer isso. Não acredito que veremos alguma companhia aérea americana fazer isso como resultado da crise”.

Após a fala do CEO à Reuters, as ações da companhia dispararam na Bolsa de Nova Iorque e chegaram a uma alta de 5,5% no final da tarde de ontem.

Queimando a língua?

Diversas empresas já pediram RJ após a pandemia, dentre elas a JetStar da Austrália, a colombiana Avianca e a chilena-brasileira LATAM, antiga parceira da American. Porém, o maior exemplo do passado recente é o da própria American Airlines, que inclusive levou Doug até onde está hoje, no mais alto cargo da companhia.

Doug teve sua primeira passagem na American de 1986 até 1991. Após ficar afastado do setor, voltou em 1995 como chefe de finanças da American West Airlines.

Em 2005, a American West passou por uma fusão com a US Airways que, por sua vez, em 2012 se fundiu com a American Airlines, como parte do processo de Recuperação Judicial da American, que é um dos maiores cases de sucesso do setor.

Durante estas fusões, Doug sempre foi mantido como CEO da nova empresa, mesmo vindo da parte “menor” e que foi absorvida (no caso, as marcas American West e US Airways sumiram do mapa).

Esforços dos funcionários

Por outro lado, a equipe tem ajudado nos planos da empresa. Isso porque 40 mil dos 100 mil funcionários da empresa optaram pela licença não-rumunerada, aposentadoria antecipada ou redução da jornada de trabalho.

Mas, mesmo assim, vem aí um processo de cortes, já que a empresa anunciou hoje que irá cortar 30% dos funcionários que trabalham em setores administrativos, não ligados diretamente às operações.

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Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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