CEO da Qantas decide trabalhar de graça enquanto a crise do coronavírus durar

Em comunicado à imprensa, o Grupo Qantas anunciou novos cortes em seus voos internacionais, reduzindo a capacidade em quase um quarto nos próximos seis meses. Outras medidas de contenção de custos foram tomadas, que incluem a redução parcial ou total de salários de executivos.

O CEO da Qantas, Alan Joyce, anunciou que vai desistir de seu salário pelo restante do exercício financeiro depois que a sua empresa decidiu cortes de voos massivos, que vão paralisar a operação de 38 aeronaves, incluindo oito Airbus A380, dizia o comunicado da Qantas. A companhia aérea também disse que a natureza sem precedentes da crise do coronavírus torna impossível emitir orientações sobre os ganhos para o restante do ano de 2020.

As maiores reduções de voos continuam focadas na Ásia (agora com 31% menos voos do que o mesmo período do ano passado). Reduções de capacidade para os Estados Unidos (queda de 19%) e Reino Unido (queda de 17%) também serão feitas de acordo com as tendências futuras de reservas. Em vez de sair das rotas, a Qantas usará aeronaves menores e reduzirá a frequência de voos para manter a conectividade geral de sua rede.

Impacto no desempenho financeiro

De acordo com sua estrutura fnanceira, o Grupo está em uma posição forte, com baixos níveis de dívida e um perfil de endividamento de longo prazo controlado. Para ajudar a manter essa posição diante das incertezas atuais, o Conselho decidiu adotar uma série de medidas, que preservarão US$ 150 milhões em dinheiro. O dividendo intermediário de 13,5 centavos por ação ainda será pago em 9 de abril.

Dentre as várias medidas de redução de custos, a Qantas inclui:

  • Bônus anual definido como zero para o exercício-fiscal de 2020
  • O CEO do grupo não receberá salário e a gerência executiva do grupo terá um corte de 30% nos salários.
  • Congelamento de todo o trabalho não essencial de recrutamento e consultoria.
  • Solicitar a todos os funcionários da Qantas e da Jetstar que tirem férias pagas ou não, tendo em vista a menor atividade de voos.

nesse momento difícil, o único lado positivo é que a queda material do preço do combustível proporcionou um benefício de custo significativo, além da economia com um menor consumo nesse momento. Sem dúvida, o ano do centenário da empresa ficará marcado para sempre.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

Veja outras histórias