Cerveja de R$ 140 no cardápio gera debate acirrado sobre preço da comida no aeroporto

No Brasil, os usuários dos aeroportos dizem que consideram exorbitantes os preços praticados pelos pontos de venda, sendo que as reclamações quanto ao valor cobrado pela comida quase sempre está no topo das discussões. Mas não pense que isso é uma particularidade do nosso país.

Ao contrário, nessa semana uma publicação no Twitter viralizou depois que um passageiro compartilhou uma foto do cardápio de uma lanchonete de um aeroporto de Nova Iorque, indicando US$ 28 (aproximadamente R$ 140) para uma cerveja que na cidade não custa mais do que US$ 3,50.

O preço oito vezes mais caro foi debatido por internautas que criticaram o estabelecimento pelo abuso e começaram a auditar todos os demais preços do cardápio. Muitos ainda reclamavam que já não se podia nem mais relaxar com uma cerveja antes do voo sem se sentir assaltado.

O assunto ganhou notoriedade após o viajante Cooper Lund tuitar a foto do menu junto com a frase “Tudo isso e ainda inclui 10% adicionais de ‘Taxa de Recuperação da Covid’ que não vai para os trabalhadores”. Comentários foram então rapidamente se acumulando, numa mescla de ironia, sarcasmo e, obviamente, indignação.

Em uma declaração fornecida ao The Independent, a Autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jersey disse: “Sabemos que este mercado já é caro o suficiente, então estamos comprometidos com tudo o que podemos fazer para garantir preços razoáveis ​​para nossos clientes. A nosso pedido, será conduzido uma auditoria completa de preços e trabalharemos com todos os nossos operadores de terminal e parceiros de concessão para revisar os preços em restaurantes e aeroportos para garantir que os clientes sejam tratados de forma justa”.

Diante da repercussão, o próprio restaurante se pronunciou no microblog, dizendo: “Caramba! O preço da cerveja Sam Summer está incorreto e foi atualizado. Observe que todos os outros preços listados são para doses maiores. Agradecemos muito por você ter notado. Nos envie mensagem da próxima vez que você estiver de passagem – será por nossa conta”.

Se o preço estava errado ou não, o debate é válido. Hoje em dia prevalece a lei da oferta e da procura, mas é notável que os preços nos aeroportos são muito superiores aos de fora dele. No caso do Brasil, o próprio valor do aluguel pago pelos comerciantes ajuda nesse aumento. Nos EUA, por sua vez, com exceção de Nova Iorque, não é raro encontrar aeroportos cobrando preços justos pela comida.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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