China lança programa de aviação regional e Embraer vê mercado para o E175

Embraer E175. Imagem: Divulgação / Embraer.

A China pode ser o próximo grande mercado para o best-seller da aviação regional mundial: o Embraer E175-E1. Atualmente a frota no país é dominada por aeronaves maiores da Airbus e Boeing.




O governo da China detalhou seus planos para incentivar a aviação regional, e um detalhe favorece em muito a Embraer: qualquer companhia aérea que queira entrar no mercado doméstico tradicional terá que ter ao mínimo 25 aeronaves com até 100 assentos. O governo investirá $1 bilhão de yuans (R$569 milhões) em 2018 na aviação regional.

É aí que entra o Embraer E175 E-1, que por razões similares é o jato regional mais vendido no mundo, sendo os maiores mercados nos EUA e Europa. Nestas duas regiões existe também um limite de assentos para jatos regionais, seja para adequar a programa governamental para subsídios ou por regras sindicais/de tercerização.

“O E175 E-1 é o produto perfeito da Embraer para este mercado. O segmento é bastante atraente e estamos trabalhando duro para conseguir mais E175 E-1 para a China para isto” declarou Arjan Meijer, chefe comercial da Embraer.

A China é o mercado que tem mais crescido na aviação por anos, seja por número de frota, de passageiros ou tripulantes. Atualmente são mais de 30 companhias nacionais operando voos domésticos com aeronaves Boeing ou Airbus (o maior número em um país no mundo), atendendo a demanda do país mais populoso do mundo.

Ao mesmo tempo que novas rotas, aeroportos e aéreas são criados, as partes remotas do país ainda não tem um nível de atendimento bom. E a grande variedade de empresas aéreas e grupos de companhias aéreas permite que o governo coloque uma restrição deste nível para estimular a aviação regional que ao contraste da aviação doméstica tem pouca concorrência.

Os jatos Embraer são conhecidos na China, a empresa brasileira foi uma das primeiras estrangeiras a instalar uma linha de montagem no país em parceria com a estatal Harbin. A parceria produziu os jatos E135 e E145 em solo chinês, e anos depois o E190/195 começou a ser operado no país, mas o E175 nunca chegou ao principal mercado asiático.

Atualmente o concorrente da Embraer no mercado regional chinês é o Bombardier CRJ-900, que leva até 90 pessoas. A sua versão maior CRJ-1000 e o novo jato CS100 (futuramente Airbus A210) não entram na competição por terem exatamente 100 assentos. Já o futuro E2 chegará ao mercado chinês com a GX Airlines, que encomendou algumas unidades do E190-E2 para substituir os seus E190 de geração atual.

Com informações da FlightGlobal, Reuters e China Aviation Daily

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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