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Clássico e turbinado, raro avião de 76 anos da II Guerra faz pouso inesperado no Brasil

Um dos maiores clássicos da aviação mundial e modelo que foi essencial na vitória aliada na Segunda Guerra, o Douglas C-47, deu as caras no Brasil de maneira inesperada.

O Douglas C-47 na sua versão original © TMWolf

O C-47, versão militar do DC-3, é uma das responsáveis pela aviação que temos hoje, seja pela liberação nazista na Europa, seja pela aviação comercial acessível, já que após o fim do conflito, a quantidade de aviões deste modelo disponíveis fez com que o preço para comprar uma aeronave despencasse, tornando possível diversas linhas aéreas regulares, iniciando o setor aéreo como conhecemos hoje.

Nessa semana, por grande surpresa, uma unidade desta lenda passou no Brasil. A aeronave em questão acabou voltando para a vida militar após a conversão, sendo hoje parte da Força Aérea da Mauritânia, uma república islâmica na parte atlântica do norte da África.

O C-47 saiu de Nouakchott, capital do país, passou por Cabo Verde, entrou pelo Brasil em Fortaleza, de onde seguiu para Macapá, fazendo a saída pelo norte até chegar na Ilha de São Martinho e seu famoso aeroporto à beira-mar.

Do Caribe, segue para Miami e depois para Oshkosh, sede do maior evento aeronáutico do mundo. O motivo do voo não foi confirmado, mas rumores apontam para dois lados: manutenção programada ou entrega a um novo dono.

Essa unidade foi produzida em 1944 para atender à demanda aliada na Segunda Guerra, sendo transferida para a Real Força Aérea Canadense através do programa de ajuda aos aliados, que também beneficiou o Brasil, outro operador deste clássico modelo de avião. O C-47 serviu no Canadá até os anos 70, segundo o portal OneSpotter, sendo depois transferido para a vida civil.

Em 1994, ele passou por uma grande transformação, retirando os icônicos motores radiais Pratt & Whitney R-1830 Twin Wasp e colocando o sempre confiável turboélice PT-6, da mesma fabricante.

Outras modificações incluem cabine com instrumentos digitais, reforços estruturais, uma hélice de 5 pás, sistema anti-gelo e outras melhorias, todas feitas pela Basler, que denominou o projeto como BT-67, sendo o upgrade mais popular hoje para o DC-3/C-47, que ainda mantém o recorde de avião com maior tempo em serviço ininterrupto: 85 anos desde o primeiro voo com a American Airlines.

C-47 em Fortaleza, foto do leitor Felipe Felix
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