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Com as sanções dos EUA, Airbus tem apenas 13 jatos A320ceo para entregar

A Airbus deve, em breve, encerrar a produção do seu produto de maior sucesso: o Airbus A320 de primeira geração, em um final que é, em uma pequena parte, acelerado pelas sanções dos EUA.

© Laurent ERRERA

Segundo dados da tabela de entregas e pedidos da Airbus, restam apenas 39 jatos da família A320ceo para serem entregues, sendo três A319ceo, 18 A320ceo e 18 A321ceo. Porém, apenas uma parte destes jatos deverá ser efetivamente entregue, segundo analisa a FlightGlobal.

A319ceo – Começando pelo menor A319, duas encomendas são para a Hamburg International, que fechou as portas em 2010, mas não teria cancelado formalmente os pedidos. O A319 restante é de um cliente que preferiu não se identificar, e até hoje não se tem uma pista de quem seja.

A320ceo – No “irmão do meio”, e que leva o nome da “família”, o A320, entram os fatores falências e sanções dos EUA.

Isso porque há quatro pedidos em aberto para a Mexicana de Aviación, que também já faliu há alguns anos, e sete para a Ural Airlines, da Rússia, que está ativa, mas nunca recebeu um A320ceo direto de fábrica, além de ter encomendas de Boeing 737 MAX e de ter recebido o A321neo, dando a entender que não pretende receber aviões de geração anterior (no entanto, é necessário esperar e ver o que acontece).

Das outras sete restantes, seis foram encomendadas pela Iran Air. Aqui entra o fator EUA. A empresa encomendou diversas aeronaves, mas só chegou a receber três entre 2017 e 2018, período em que as sanções contra o Irã foram aliviadas por Obama, porém, logo depois, Trump tomou posse e voltou a sancionar o país.

Estas sanções proíbem a exportação de produtos feitos nos EUA para qualquer empresa iraniana. O Airbus A320, apesar de ser historicamente fabricado na Europa, conta com uma boa lista de produtos Made In USA, principalmente processadores.

Caso a Airbus entregasse os aviões após as sanções voltarem, as empresas americanas que fazem os componentes seriam proibidas de exportá-los para a Airbus que, por sua vez, ficaria sem ter como produzir os aviões. É um caso similar ao que acontece com a Embraer, que não vende aviões a algumas empresas por conta das sanções. Vale mais perder um cliente do que todos os outros.

A320 no seu primeiro voo em 1987 – Airbus – Divulgação

Indo adiante, ainda resta um A320ceo, que tem a maior possibilidade entre os 18 de ser realmente fabricado e entregue. Ele é encomendado pela CASC – Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, que toca o projeto espacial do país e também presta serviços para outras empresas do setor aeroespacial. Não está claro se este avião será para uso interno ou será alugado para outra empresa, mas a encomenda parece firme.

A321ceo – Por fim, no A321ceo temos uma visão mais otimista, já que, das 18 encomendas restantes, 11 são da Delta Air Lines, que segue firme no recebimento desses jatos.

Já os sete restantes, todos são da Iran Air, que chegou a receber um único jato desse modelo durante o período de alívio das sanções, como mostra a foto abaixo. Apesar do discurso anti-sanções de Biden, até agora não foram promovidas mudanças nas medidas adotadas por Trump.

Apesar dos cancelamentos e da possível entrega de apenas mais 13 jatos da família A320ceo, a Airbus tem muito a comemorar com os aviões que a colocaram em um patamar de fabricante de aviões líder no mundo:

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