Com falha no trem de pouso, Jumbo da Lufthansa despeja combustível no ar e retorna a Frankfurt

trem de pouso Boeing 747-8
Jumbo 747-8 alijando combustível com o trem baixado

Na tarde desse sábado, 26 de outubro, um avião modelo Boeing 747-8 da Lufthansa foi flagrado sobre a região do Sarre, no sudoeste da Alemanha, deixando para trás um rastro esbranquiçado no céu. A bordo, a tripulação havia acionado o sistema de alijamento e despejava toneladas do seu combustível, antes de retornar a Frankfurt.

O que aconteceu?

O voo LH422, do aeroporto de Frankfurt para a cidade americana de Boston, decolou da pista 25C às 13h19 locais com um pequeno atraso de um quarto de hora. Logo após sair do chão, os pilotos do jumbo tiveram que lidar com um imprevisto, já que notaram que os trens de pouso do Boeing 747-8 de matrícula D-ABYL e batizado de “Hessen”, tiveram um mal funcionamento e ficaram travados, não podendo ser recolhidos.

Na sequência, a máquina segue na direção do Aeroporto de Colônia-Bonn. Mas, em vez de pousar lá, o avião de seis anos o sobrevoa e muda de direção, rumo ao Sarre. A partir das 14h20, o quadrimotor inicia um voo em turnos, sobre Saarland e a área de Kaiserslautern. No processo, toneladas de querosene são descarregadas a seis quilômetros de altitude, suficiente para que o material inflamável se dissipe no ar, sem causar danos.

Imagem do FR24 mostrando a rota do voo

Até que às 14h40, a máquina sai do espaço aéreo do Sarre e cerca de 20 minutos depois inicia a aproximação final para Frankfurt, onde pousa normalmente, uma hora e meia após a decolagem.

Por que liberar o combustível?

O incidente de baixa gravidade ocorreu há poucas horas e ainda não se sabe qual o problema que resultou travamento do trem de pouso. A liberação de querosene é uma medida de emergência para reduzir o peso do avião para o pouso e deve ser realizada a uma altitude mínima de 1800 metros, sendo que durante o procedimento o piloto não deve voar em círculos fechados.

A conformidade com os regulamentos garante que, no máximo, oito por cento do combustível pulverizado chegue ao solo. Como a manobra deve ser executada sobre áreas pouco povoadas, o Sarre é repetidamente usado pelas empresas aéreas para despejo de combustível.

D-ABYL
Foto de Aviones Cordoba via Flickr

Essa manobra se faz necessária para a redução do peso da aeronave e cada modelo de aeronave tem determinado um peso máximo de pouso, que é o limite de carga que o avião pode carregar durante uma aterrissagem, visando evitar algum dano estrutural ou que ele não consiga frear adequadamente.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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