A chinesa COMAC, que recentemente realizou o primeiro voo de seu projeto C919, estaria em avançadas conversas com a canadense Bombardier para passar a investir e dar novo fôlego ao programa C-Series, segundo informações de diversas pessoas envolvidas no acordo.
Segundo os rumores, a COMAC está trabalhando em parceria com pelo menos um banco para investir na divisão comercial aeroespacial da Bombardier, ou ao menos entrar como um parceiro importante no projeto C-Series. Apesar de ambas as fabricantes não terem respondido a quaisquer questionamentos a respeito dos rumores, umas das pessoas envolvidas afirma que as discussões já ocorrem há algum tempo, e a decisão final está próxima de ser tomada.
Além de receber investimentos públicos de quase $3 bilhões nos últimos anos, a companhia canadense já explora um acordo semelhante em sua divisão ferroviária com a alemã Siemens, e constantemente busca parceiros para compensar os altos custos enfrentados para colocar em serviço o projeto C-Series.
Apesar da reconhecida alta eficiência do novo jato, a Bombardier perdeu recentemente diversas vendas de grande importância porque as concorrentes Boeing e Airbus reduziram os preços das menores aeronaves de suas famílias de narrowbodies 737 e A320, respectivamente.
Desde 2012 as fabricantes canadense e chinesa possuem acordo para desenvolver comunalidades entre o C-Series e o C919, como sistemas elétricos e de cockpit e cadeia da suprimentos, buscando reduzir custos de manutenção e de treinamento para aumentar a competitividade diante das duas gigantes concorrentes.
Porém o projeto chinês é bem mais antigo, tendo enfrentado atrasos que o levaram a estar mais de uma década atrasado em relação ao restante da indústria. Assim, o novo acordo de investimento na Bombardier permitiria à COMAC ter acesso a avançadas tecnologias, que impulsionariam os planos da indústria chinesa em tornar-se uma gigante da aviação, aproveitando-se do fato de que seu próprio mercado interno de aviação deverá ser o maior do mundo por volta de 2024.