Companhia aérea está vendendo emprego de piloto por R$ 400.000

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Uma nova companhia aérea dos Estados Unidos, que busca por sua licença junto à FAA há muitos anos, embora tudo o que faz possa se assemelhar mais a um golpe ou estelionato, anunciou no Twitter (vide abaixo), que está contratando pilotos para seus futuros Boeings 747-400. Como em toda iniciativa que toma, a empresa está pedindo dinheiro.

Há 30 anos, a Avatar Airlines tenta obter uma licença para operar como uma companhia aérea regular. Seu modelo de negócios é diferente de tudo o que você já viu, pois foca em grandes aeronaves Boeing 747-400, com as quais promete fazer voos domésticos ligando cidades americanas de maior demanda com passagens a baixíssimo custo. A receita não viria apenas dos bilhetes e dos serviços auxiliares, mas também da venda de espaço publicitário em seus aviões.

Se por si só tudo isso já chama a atenção, imagine que, durante o pior momento dos EUA na pandemia, em meados de 2020, os administradores da Avatar entraram com um pedido de ajuda junto ao governo para bancar seus funcionários. O objetivo era entrar no programa de subsídios para as empresas aéreas, o que foi, obviamente, negado.

Pilotos pagantes

E se de tempos em tempos a Avatar aparece na mídia com alguma polêmica bizarra, dessa vez não foi diferente. Agora, com uma ideia compartilhada em seu Twitter no formato de um anúncio da vagas de emprego para pilotos.

Ao acessar o link, o candidato se depara com diversas informações sobre a vaga. A empresa comenta que está procurando pilotos com certificação de tipo para 747-400 com um mínimo de 10.000 horas de voo. Isso exige um certificado de piloto de transporte aéreo emitido pela FAA dos EUA, certificado médico de Classe I e status legal para trabalhar nos EUA.

Acontece que, nos últimos parágrafos, a empresa complementa os requisitos com a obrigatoriedade de realizar um investimento com aporte mínimo de US$ 75.000 (o que gira em torno de R$ 400 mil na cotação atual). Inclusive, a empresa completa dizendo que o número de matrícula na empresa, que determina a antiguidade do piloto, será baseado na data em que o aporte for realizado. Tudo sem a menor garantia de algum retorno.

Tudo isso vindo de uma empresa que falhou miseravelmente em conseguir investimentos de outras fontes e que em trinta anos nunca conseguiu decolar (se é que quis decolar). Além do mais, nem precisa comentar que a empresa não possui um avião sequer.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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