Companhia aérea falida é ressuscitada pela Covid-19 e vai voar dois Boeings 747

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Avião Boeing 747-8F CargoLogic
Imagem: Boeing / Dan Nevill

Se as empresas de passageiros passam por sérios problemas com seus aviões praticamente todos no chão, as companhias aéreas de carga “nadam de braçada” na crise da Covid-19.

Depois que muitas empresas aéreas pararam seus aviões, a maior parte do volume de carga que elas transportavam no porão dos voos de passageiros acabou sendo absorvida pelas cargueiras, que talvez nunca antes haviam ganhado tanto dinheiro. Para se ter ideia, várias delas reativaram aviões parados há anos, mas o caso mais emblemático dessa crise talvez seja a história que você está lendo agora.

Isso porque a CargoLogicAir (CLA) teve sua licença de operação e o certificado de operador aéreo (AOC) suspensos pela Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido no final de fevereiro. A parada geral de operações foi feita a pedido da própria aérea, em resposta às perspectivas fracas do mercado.

No entanto, desde então, os preços das cargas aéreas aumentaram rapidamente com taxas de mercado spot tão altas quanto US$ 14 a US$16 por kg transportado em voos saindo da China. Esse novo cenário tem sido ditado pela corrida de governos atrás de equipamentos médicos.

A CLA esteve ativa quatro anos e sua frota já chegou a ter quatro cargueiros B747, sendo três -400s e um -8F, enquanto empregava cerca de 200 pessoas. No entanto, à medida que o mercado começou a entrar em queda no final de 2018, as operações da companhia começaram a diminuir. No final do ano passado, os problemas começaram a aparecer e a transportadora anunciou medidas para atender às condições desafiadoras do mercado.

Em outubro, foi revelado que a CLA, juntamente com sua parceira AirBridgeCargo, cancelaria uma série de serviços programados. Até que, no final de fevereiro, anunciou que encerraria os serviços. Ironicamente, um dos principais mercados da empresa era justamente o chinês e, num comunicado na época, a empresa citava que “sua operações haviam sido severamente afetadas devido à queda na demanda do mercado chinês”.

Agora, justamente pelo mesmo mercado, a empresa voltará a operar, embora com uma frota reduzida de dois Boeing 747-400F. Enfim, uma pequena boa notícia para a aviação mundial em meio a tanto caos.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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