Com medo do vírus, companhia canadense obriga família a descer do avião após criança tossir

Uma família canadense foi obrigada a desembarcar de um voo, após a filha pequena tossir dentro da aeronave, mesmo sem diagnóstico de coronavírus.

Airbus A310 Canadense
Airbus A310 que realizou a rota de Quebéc para Paris

O caso ocorreu no voo da Air Transat de Québec para Paris, no último sábado. Clementine Ferraton relatou que sua filha, Lila, estava com tosse e febre nos últimos dias, mas procurou um médico no Canadá que avaliou que era apenas uma pequena gripe e que não impediria a família de viajar.

Com a liberação do médico, eles foram para o aeroporto, fizeram o check-in, embarcaram e entraram na aeronave, onde começaram os problemas.

Logo após entrar no avião, ainda de portas abertas, a pequena Lila começou a tossir. Foi quando a comissária veio até a família e perguntou se ela tinha autorização do médico para poder viajar.

A família falou que não tinha uma autorização por escrito, mas tinha acabado de fazer uma consulta e foram liberados. Nesse momento, a tripulante então procurou um médico a bordo, que prontamente veio até a menina, a examinou e falou que ela estava apenas um pouco febril, mas que poderia seguir viagem.

Mesmo assim os comissários falaram que ela não poderia continuar naquele voo e, após algum bate-boca, a família foi desembarcada sob ordens do comandante. A mãe chegou a questionar o porquê de a empresa estar contestando a autorização de dois médicos diferentes, mas nenhum funcionário soube responder.

Posicionamento da Air Transat

Debbie Cabana, diretora de marketing da Air Canada, informou ao canal CTV News que o doutor a bordo examinou a criança, que tinha temperatura corporal de 39,6º celsius.

Esta informação foi passada para a empresa MedLink, que conta com um time de médicos 24 horas, especializados em medicina aeroespacial, para dar suporte às empresas aéreas. Segundo a MedLink, por telefone, foi determinado que a passageira “apresentava um risco em potencial para a tripulação e passageiros”.

“O único caso em que uma passageira, aparentando sinais óbvios de doença contagiosa, poderia embarcar seria se apresentasse a documentação apropriada, ratificada por um médico” disse Cabana.

Segundo a executiva, a documentação tem que deixar claro que o passageiro não está mais na fase contagiosa da doença e que não apresenta um risco para as pessoas à bordo da aeronave.

A Air Transat, porém, entrou em contato com a família, que viajava em cinco pessoas, e reembolsou as passagens aéreas de ida e volta para Paris.

Segundo Clementine, a tripulação só abordou a sua filha porquê existe um medo em torno do Coronavírus, já que é comum que pessoas viajem gripadas.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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