Companhia que só voa jatos regionais Embraer é expulsa de aeroporto nos EUA

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Uma companhia aérea que voa exclusivamente com jatos regionais Embraer foi expulsa por um aeroporto americano durante uma disputa por um terminal.

Embraer E145 © JetSuiteX

O caso envolve a companhia JetSuiteX e o Aeroporto John Wayne, em Santa Ana, na Califórnia. Este aeroporto é o segundo mais movimentado da região da Grande Los Angeles (só perde para o LAX), e atende principalmente a parte sul do condado angelino e, principalmente, o condado de Orange, onde está localizado.

Esse é o aeroporto mais próximo da Disneyland e também tem a menor pista a receber voos regulares de todas as grandes empresas aéreas. Com apenas 1.738 metros de comprimento a pista recebe aviões como o Boeing 757 da Delta e o Airbus A300F da FedEx. Existem aeroportos com pistas menores, mas nenhum recebe voos simultâneos e em tanta quantidade da American, Delta e United, excluindo suas subsidiárias regionais.

Já a JetSuiteX foi criada por ex-membros da JetBlue como uma start-up que focava em trazer aviões executivos para aviação comercial regular. De início, voava apenas com jatinhos Embraer Phenom 100 e 300 novos e em configuração executiva, mas a preços que não iam muito além dos 50% acima da tarifa cheia das empresas regulares.

Com o tempo viu-se que o mercado era maior, mas os jatos tinham pouca capacidade e também alto custo por assento, assim, mudaram para os maiores Embraer E135 e E145, em configuração não-executiva mas bem mais confortável.

A disputa

Vista aérea do Aeroporto John Wayne por  D Ramey Logan – CC-BY 4.0

O diferencial da empresa está na exclusividade: se voa num “jatinho”, com bagagem inclusa, serviço de bordo com bastante bebida e aperitivos. Mas um grande destaque reside no fato de operar como táxi-aéreo de acordo com a regulamentação e, portanto, ela não utiliza o terminal principal do aeroporto, mas sim hangares com terminais privativos.

A vantagem disso é que o passageiro pode chegar no aeroporto com apenas 20 minutos de antecedência, já que não existem filas e o raio-x fica sempre vazio.

E foi por isso que a disputa começou: o Aeroporto John Wayne quer que a empresa utilize seu terminal de passageiros, e não o hangar do FBO (Fixed Based Operator, que são empresas que dão suporte completo à aviação executiva).

No caso, a JetSuiteX utiliza os serviços da Atlantic FBO, logo, ela paga apenas a taxa de pouso para o Aeroporto, e não paga taxa de embarque, assim como seus passageiros não pagam taxas e não consomem no terminal.

Apelando para os passageiros

Após tentativas infrutíferas de convencer a empresa a mudar para o terminal, o condado de Orange decidiu expulsá-la, proibindo seus voos a partir de 2021. Como o condado é o proprietário do aeroporto, ele tem por lei autorização de permitir ou negar operações de qualquer empresa, sem justificativa.

Para tentar reverter a decisão, a JetSuiteX pediu em seu Facebook (veja acima) para que os passageiros enviem um e-mail ao condado de Orange, pedindo para manter os voos da companhia.

Caso a decisão não ocorra, rumores apontam que a empresa possa mover-se para Long Beach, que fica a 20 minutos do John Wayne e onde era a fábrica da McDonnell Douglas.

Porém, o Aeroporto de Long Beach também praticamente expulsou a JetBlue, que é parceira da JetSuiteX, após colocar multas por atrasos em voos noturnos. Outra opção seria o aeroporto municipal de Hawthorne, que fica colado ao Aeroporto Internacional de Los Angeles e já recebe voos comerciais operados por empresas de táxi aéreo.

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Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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