Companhias brasileiras perderam mais de R$ 6 bilhões no 2º trimestre

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A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) divulgou que as três empresas aéreas brasileiras com mais participação de mercado – Gol, Latam e Azul – tiveram prejuízo de R$ 6,2 bilhões neste 2º trimestre.

O resultado corresponde a uma margem líquida negativa de 399,6%, ante lucro líquido de R$ 191,8 milhões obtido no mesmo período de 2019. Esse foi o resultado líquido com maior impacto negativo obtido em um trimestre pelas empresas de toda a série histórica, iniciada em 2015.

Nos seis primeiros meses do ano, juntas, as companhias aéreas brasileiras acumulam prejuízo total de R$ 15,7 bilhões, o equivalente a uma margem líquida negativa de 129,6%, ante prejuízo líquido de R$ 107,2 milhões registrado no mesmo período de 2019.

Os dados apresentados constam das demonstrações contábeis do 2º trimestre das empresas aéreas brasileiras, publicada na página da ANAC. Os números foram apresentados pelas empresas brasileiras de transporte aéreo público e divulgadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) nesta sexta-feira (23/10), como resultado consolidado do setor.

Fatores e contextos ocorridos no período

A pandemia provocada pelo novo coronavírus gerou impactos significativos nos resultados da indústria. Na comparação dos dados do mercado doméstico do 2º trimestre deste ano com o mesmo período de 2019, por exemplo, houve redução de 90% na demanda por transporte aéreo (RPK), de 88% na oferta de transporte aéreo (ASK) e de 91% na quantidade de passageiros pagos transportados.

A forte retração do modal aéreo decorrente da crise sanitária provocou mudança na composição das receitas e dos custos das empresas aéreas. Principal fonte de receitas dos serviços aéreos, o valor obtido pelas companhias com a venda de bilhetes aéreos passou de 86,3% das receitas de serviços aéreos no 2º trimestre do ano passado para 51,8% no mesmo período deste ano.

As receitas de carga e mala postal também apresentaram redução no mesmo período apurado, de 33,3%. Entretanto, no 2º trimestre, a representatividade das receitas obtidas por esses serviços passou de 4,7%, em 2019, para 27%.

Em relação aos custos operacionais do transporte aéreo, com a redução de voos operados no 2º trimestre do ano, houve uma queda expressiva da representatividade do combustível e de pessoal.

Esses indicadores representaram 5,4% e 6,7%, respectivamente, dos custos e despesas dos serviços aéreos públicos, o que corresponde à redução de 90,6% e 78,5% em relação ao mesmo período de 2019. No 2º trimestre do ano passado, esses custos representaram 29,6% e 16,1%, respectivamente.

Informações da ANAC

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Fabio Farias
Fabio Farias
Jornalista e curioso por natureza. Passou um terço da vida entre aeroportos e aviões. Segue a aviação e é seguido por ela.

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