Confusão no check-in da Gol faz passageiro dar piti e ser retirado pela PF

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Um cidadão americano compartilhou recentemente sua experiência “não-tão-boa-assim” de viagem, que resultou em um escândalo no check-in da Gol e sua posterior remoção do local pelos agentes da Polícia Federal, para piorar, ele ainda perdeu o voo.

Numa conversa pelo FlyerTalk, um conhecido fórum de viajantes de todo o mundo, o homem criticou, com certa parcela de razão, sua dificuldade de embarcar naquele dia. O caso também foi reportado pelos colegas do View from the Wing.

Começo da saga

Ele começa seu relato dizendo que compareceu ao Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado, em São Luís, 90 minutos antes do embarque, marcado para 17h30. O voo com destino à São Paulo seria a última perna nacional antes dele embarcar num voo de retorno ao seu país. Mas o que ele não contava é que não embarcaria naquele voo por problemas durante seu check-in.

Lembrando aqui que, por ser um voo de codeshare com a American Airlines, o check-in cobriria toda a rota São Luís – São Paulo – EUA.

Dou-lhe uma

Primeiro, ele diz que, apesar de ter um passaporte americano válido, o agente de check-in exigiu que ele apresentasse um green card ou outro documento que comprovasse residência nos EUA. Em segundo lugar, ele relata que a Gol não aceitou o teste de antígeno da Covid-19 feito dentro do período de 3 dias antes da viagem.

“O agente digita um monte, faz uma ligação e me pergunta se eu tinha um comprovante de residência nos Estados Unidos ou um green card. Eu olho para ele. Como? Um passaporte é mais do que suficiente para entrar nos EUA. Ele sai, dá mais alguns telefonemas, volta e não menciona mais o green card“, diz o passageiro.

Dou-lhe duas

“Em seguida, ele me pede o teste de COVID. Eu dou a ele meu teste de antígeno que atende a todos os requisitos do CDC (o Centro de Controle de Doenças dos EUA) que foi feito três dias atrás. Ele sai, faz alguns telefonemas e volta dizendo que preciso de um teste de PCR. Eu acesso os sites da Embaixada dos EUA, CDC e American Airlines para mostrar a ele que um teste de antígeno é suficiente”, complementa.

O agente da Gol insiste que “os requisitos de teste variam de acordo com a companhia aérea” e que um teste PCR é um requisito da American Airlines, mas o passageiro nega, enquanto se altera. De fato, uma consulta aos sites da American Airlines e dos órgãos de saúde americanos confirmam a posição do passageiro.

Dou-lhe três

Após mais de 90 minutos de vaivém, a companhia aérea concordou que ele estava pronto para o voo, mas havia outro problema: o avião já havia partido.

“E eles não podiam fazer uma nova reserva de um codeshare da American Airlines com bilhete emitido pela American”, ele diz, e complementa: “o pessoal da Gol tenta me fazer pagar US$ 2.800 e prometem que vão me reembolsar e eu fico tipo ‘eu pareço tão idiota assim’?”

Para piorar, a loja da Gol está fechada e os agentes orientam que ele “por favor, ligue para a Central de Reservas depois do meio-dia de amanhã e haverá um supervisor de interline que poderá ajudá-lo”.

Surto

Foi então que ele surtou e causou uma cena, sentando-se bem no meio da loja e se recusou a sair até que lhe reservassem um voo de volta para casa. A polícia foi chamada e o retirou dali.

O drama não havia acabado para ele ainda, já que, além de resolver o problema e conseguir uma nova passagem com a American Airlines, ele ainda teria que fazer outro teste de Covid porque aquele não terá mais validade.

Entramos em contato com pessoas que puderam nos confirmar o episódio, salientando que ele foi gentilmente retirado pela Polícia Federal. Também perguntamos para a Gol como foi resolvida a questão do passageiro e a empresa enviou a seguinte nota:

A atenção total às necessidades dos Clientes é uma das prioridades da GOL. A Companhia não registrou incidente no aeroporto de São Luís-MA envolvendo o Cliente tal como descrito –que já partiu para o destino. Apenas foi solicitado que se apresentasse o resultado de um novo teste RT-PCR, pois o prazo do exame apresentado se esgotaria antes da chegada aos EUA, como recomendado em contato com a Companhia parceira e registrado pelo sistema Timatic, presente em todas as bases da GOL e de onde sempre são consultadas todas as documentações necessárias para viagens internacionais.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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