Congresso americano solicita dados do controle de qualidade dos Boeings 737 e 787

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Na última terça-feira, dia 18 de maio, alguns membros da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos começaram a buscar dados e informações da Boeing e da Administração Federal de Aviação (FAA) referentes aos problemas ocorridos nas aeronaves da Boeing, especificamente o 737 MAX e o 787 Dreamliner.

Avião Boeing 787-9 Dreamliner United Airlines
Imagem: Eric Salard / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

O presidente do Comitê de Transporte da Câmara dos Representantes dos EUA, Peter DeFazio, e o presidente do Subcomitê de Aviação, Rick Larsen, solicitaram os registros de produção das duas aeronaves da Boeing, que apresentaram problemas de produção recentemente.

Conforme relata o AeroTime, os dados solicitados serão analisados para examinar os problemas de controle de qualidade e a capacidade da FAA de supervisionar adequadamente ambas as instalações de produção do 737 e 787.

O presidente do Comitê de Transporte da Câmara dos Representantes dos EUA, Peter DeFazio, disse em nota à imprensa:

“Já afirmei muitas vezes, nosso trabalho de supervisão nunca termina e, à luz desses novos e contínuos problemas que apontam para falhas na manutenção do controle de qualidade e supervisão apropriada da FAA de problemas de produção, investigarei completa e deliberadamente todos os problemas, como aqueles que afetam o 737 MAX e o 787, que podem colocar em risco a segurança pública”.

Os problemas com os 737 e 787

Há pouco mais de um mês, a Boeing alertou seus clientes operadores das variantes do modelo 737 MAX sobre um potencial problema elétrico. De início, 16 clientes do jato, deveriam realizar uma verificação nas aeronaves antes da próxima operação de cada uma delas. Esse problema se mostrou mais amplo, semanas depois, e mais de 100 aeronaves foram paradas em todo o mundo.

Embora essa falha com o cabeamento da aeronave fosse identificada, não há nenhuma relação com o antigo problema do sistema de controle de voo que resultou em duas quedas de aeronave. Ainda assim, é um motivo de preocupação para uma aeronave que esteve por 18 meses parada e sob os holofotes de todo o mundo.

Já os problemas do Dreamliner foram identificados em agosto de 2020, quando a Boeing encontrou imperfeições estruturais em algumas aeronaves. Esse problema estava localizado nos cruzamentos das fibras de carbono, mais especificamente nas seções 47 e 48 da fuselagem, logo atrás da junção com as asas, onde dois tubos se encontram com uma divisória. Com isso, ainda que bastante remota, a aeronave estaria sujeita a uma falha estrutural em voo.

Poucas semanas após a identificação do problema, a Boeing encontrou outra falha, quando, durante a montagem do estabilizador vertical, os engenheiros descobriram que “certos componentes foram apertados durante o processo de construção com uma força maior do que a especificada”. Isso poderia deixar a estrutura com espaços mais largos que o padrão permitido entre os componentes. O problema “poderia ​​levar ao envelhecimento prematuro da peça”, ou seja, ao desgaste precoce da estrutura do estabilizador horizontal.

Todos esses problemas com o 787 foram resolvidos, enquanto que a Boeing ainda trabalha para resolver o problema com a fiação do 737.

Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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