Coreia do Sul terá aeronave não tripulada capaz de ficar no ar por mais de 30 dias

O governo sul-coreano vai investir US$ 31,5 milhões (cerca de R$167 milhões) até 2025 para desenvolver um Veículo Aéreo Não Tripulado (UAV) de última geração que poderá ficar voando em altitudes estratosféricas por mais de um mês.

O Ministério da Ciência e Tecnologia coordenará o trabalho da indústria, academia e centros de pesquisa para desenvolver e obter as tecnologias-chave necessárias para tornar possível o projeto do UAV, conforme informa nosso parceiro Aviacionline.

A maioria dos aviões voa a uma altitude de 12 km ou menos (dentro da troposfera). A estratosfera se refere a uma das camadas da atmosfera localizada em altitudes entre 12 a 50 km. Dentro da estratosfera, há pouca mudança no clima e a resistência do ar se torna mais tênue, de modo que um objeto voador pode permanecer no ar por um longo tempo nessa altitude.

Por esta razão, países ao redor do mundo estão desenvolvendo ativamente UAVs estratosféricos com o propósito de monitorar o solo ou retransmitir comunicações. Os UAVs estratosféricos podem funcionar como uma espécie de pseudo-satélites, voando a uma altitude muito mais alta do que aeronaves comuns, sendo muito mais baratos de posicionar do que um satélite e sem o problema adicional de gerar detritos espaciais.

O melhor do mundo

O UAV estratosférico que o governo coreano decidiu desenvolver tem como objetivo ter o melhor desempenho do mundo. Espera-se que seja capaz de transportar uma carga de 20 quilos de equipamentos de monitoramento e comunicação, voando continuamente pela estratosfera por mais de um mês.

Atualmente, o recorde de voo mais longo do mundo é do veículo aéreo estratosférico não tripulado Zephyr, desenvolvido pela Airbus na Europa. Carregando 5 quilos de equipamento, a aeronave voou por 26 dias consecutivos, e o plano da Coreia do Sul é ultrapassar amplamente esse recorde.

Como é um UAV estratosférico?

A maioria dos UAVs estratosféricos desenvolvidos até agora são movidos por motores elétricos, e estes (e o equipamento a bordo) são alimentados por painéis solares instalados nas asas. Com o uso da energia solar, o ganho de peso do drone que ocorre ao carregar combustíveis fósseis pode ser evitado, além do fato de que naquela altura os raios solares têm mais intensidade do que os que atingem o solo. Por essas razões, esses drones são extremamente leves na construção.

Outras tecnologias centrais a serem desenvolvidas são baterias de alto desempenho e materiais compostos avançados, que permitem atingir os objetivos desejados para este projeto.

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Juliano Gianotto
Juliano Gianotto
Ativo no Plane Spotting e aficionado pelo mundo aeronáutico, com ênfase em aviação militar, atualmente trabalha no ramo de fotografia profissional.

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