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Crise se agrava e situação da Norwegian é sombria (de novo)

A situação financeira da Norwegian Air, que já não ia bem antes da pandemia, se agravou nos últimos meses com a crise do transporte aéreo mundial e agora parece que está numa situação desesperadora. Na última sexta-feira (28), a companhia aérea norueguesa de baixo-custo declarou que é alto risco de insolvência já no primeiro trimestre de 2021, ou seja, de não conseguir arcar com as obrigações fiscais e financeiras com o próprio caixa.

Segundo o jornal britânico Financial Times, a companhia precisará de um novo pacote de ajuda financeira apenas alguns meses depois de concluir uma negociação de sua dívida em troca de ações com o apoio do Governo da Noruega, fechado em maio. A dívida da Norwegian com empresas de leasing de aeronaves e detentores de títulos de cobrança chega a NKr15 bilhões (US$ 1,72 bilhões). Em entrevista ao jornal, o presidente-executivo da empresa, Jacob Schram, alertou que um novo empréstimo de NKr3 bilhões (US$ 340 milhões) do governo norueguês não será suficiente.

O site One Mile At Time lembra que, devido a essa negociação, atualmente, os maiores acionistas da Norwegian são as próprias empresas de leasing credoras, que simultaneamente arrendam os aviões usados pela norueguesa. Isso significa que a companhia não tem ativos para levantar capital adicional, especialmente em um cenário incerto de recuperação do setor.

A companhia informou que o número de passageiros caiu 99% no segundo trimestre, grande parte em razão da pandemia de COVID-19. Nos primeiros meses da crise, o governo Noruega se opôs a um programa de ajuda financeira às companhias aéreas do país, em contraste com as medidas tomadas por outros governos europeus. Naquele período, a Norwegian já enfrentava uma das maiores dívidas de sua história como consequência de planos de expansão mal sucedidos. Em junho deste ano, a companhia cancelou a encomenda de 92 Boeing 737-MAX e de cinco B787 Dreamliner.

As perspectivas da companhia aérea são sombrias. Segundo Ben Schlappig, do One Mille At Time, para ter alguma chance de sobrevivência, a companhia precisaria contar com o crescimento no mercado escandinavo, onde a companhia aérea tem sido historicamente lucrativa, e com a rápida retomada da demanda internacional. No entanto, em tempos de coronavírus, também as esperanças são limitadas.

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