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Defesa autoriza compra de aviões usados de transporte estratégico para a FAB

A Força Aérea Brasileira foi autorizada pelo Ministério da Defesa a seguir adiante com os planos de comprar aviões de transporte estratégico.

Divulgação – Airbus

A discussão de compra de novos jatos, para preencher uma lacuna deixada pelo Boeing 707, voltou a ser pauta do governo após a crise do oxigênio em Manaus. A falta de uma grande aeronave de transporte estratégico se mostrou evidente diante das dificuldades não apenas do transporte do oxigênio, mas também no traslado de doentes para outras regiões.

Em seguida, durante uma live, o presidente Jair Bolsonaro chegou a anunciar que a FAB compraria tais aviões, embora o orçamento para isso tenha sido colocado em cheque pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, que deu negativa ao projeto alegando falta de recursos.

Coube ao então Comandante-Geral de Apoio, Brigadeiro Carlos Baptista Júnior, que mais tarde se tornaria o Comandante da Aeronáutica, esclarecer que o que fora negado era um crédito extraordinário, mas que a FAB estaria trabalhando para conseguir outros recursos.

E hoje, então, foi divulgado no Diário Oficial da União, em despacho decisório, a autorização, pelo Ministro da Defesa Braga Netto, da compra dos aviões.

Segundo o documento, foi autorizado o “caráter de excepcionalidade da exigência de compensação comercial, tecnológica ou industrial na aquisição de 2 (duas) aeronaves estratégicas de transporte e reabastecimento em voo – denominado pelo Comando da Aeronáutica como “Projeto KC-X3″ – sob a forma de aeronaves usadas, de modo a reduzir o valor das ofertas, e que atendam plenamente às necessidades da Força Aérea Brasileira. A celeridade na aquisição se justifica, dentre outros motivos, pelo enfrentamento à emergência de saúde pública e para apoio humanitário”.

É a primeira vez que o termo KC-X3 é utilizado oficialmente pelo governo. Ao que tudo indica, a negociação que está em curso gira em torno de dois jatos A330 MRTT usados da Royal Air Force, a Força Aérea Britânica.

Estes aviões têm capacidade para levar até 130 pacientes em macas ou utilizar uma configuração de 28 macas, seis UTIs, 20 assentos para médicos e 100 passageiros, além de 37 toneladas de carga no porão. E ele consegue fazer tudo isso e ainda reabastecer duas aeronaves em voo, tudo ao mesmo tempo.

A dispensa de compensação tecnológica vai no sentido de que o Brasil já domina essa tecnologia de reabastecimento em voo, empregada no Embraer KC-390 e também usada no KC-130 Hércules. Com a dispensa, é esperado que o processo de licitação se acelere.

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