Seus dejetos podem ser transformados em combustível de avião, diz estudo

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white airplane with smoke under blue sky
Foto por SevenStorm JUHASZIMRUS via Pexels.com

Um estudo recentemente publicado por cientistas revela um experimento ambicioso que demonstra a capacidade dos dejetos humanos “úmidos” fornecerem energia aos aviões. Com isso, o combustível reciclado pode eliminar as emissões das companhias aéreas e reduzir o desperdício, criando uma redução de 4% do total de gases de efeito estufa despejados na atmosfera.

Segundo a análise, o segredo são os ácidos graxos voláteis (AGV), convertidos de um produto residual em parafina, um ingrediente popular de combustível de aviação.

“Mais de 21 bilhões de galões de combustível de aviação são consumidos nos Estados Unidos anualmente, com expectativa de dobrar a demanda até 2050”, explicam os pesquisadores do US National Renewable Energy Laboratory (NREL). 

Eles continuam: “Combustíveis de aviação sustentáveis ​​(SAF) constituem uma parte significativa da estratégia do setor de aviação para reduções de CO2, dadas as perspectivas limitadas de curto prazo para a eletrificação. Além disso, o uso do SAF demonstrou reduzir a formação de fuligem e as emissões de aerossol relacionadas à aviação em 50 a 70%”.

Resíduos úmidos incluem tudo, desde resíduos de comida podre e, sim, seu cocô. Em seu novo estudo, os cientistas do NREL descrevem a drenagem de resíduos úmidos e, em seguida, catalisando-os em hidrocarbonetos fungíveis para combustível de avião.

A nova forma de extrair e misturar os resíduos resultou em um combustível de jato mais eficiente e de melhor queima, que pode substituir com segurança uma porcentagem maior de hidrocarbonetos na mistura final. Para fazer isso, os cientistas pegaram o lixo úmido que normalmente é transformado em metano e desaceleraram o processo para que surgissem hidrocarbonetos mais complexos.

É uma grande melhoria e o custo é razoável, dizem os cientistas. Há lixo úmido viável suficiente para substituir 20% do combustível geral dos aviões, o que também significa desviar o lixo úmido do ciclo de aterro para produção de metano. 

Independente da tecnologia, voar pelos céus do futuro será uma experiência diferente, com emissões mais baixas, menos rastros de carbono e eliminação de menos gases de efeito estufa ao redor do mundo.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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