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A companhia norte-americana Delta Air Lines acaba de receber nesta semana seus dois primeiros aviões de grande porte desde o início da crise causada pela Pandemia. Os dois aparelhos, no entanto, não voaram direto para suas bases operacionais nos Estados Unidos ao serem entregues.
As mais novas aeronaves da frota da Delta são os Airbus A350-900 registrados sob as matrículas N514DN e N515DN. Mas curiosamente eles partiram de Toulouse, França, onde foram fabricados, respectivamente para Tóquio, no Japão, e Amsterdã, na Holanda.
A atitude, porém, tem uma explicação. Conforme já ocorrido em fevereiro desse ano e abordado aqui no AEROIN, a artimanha tem o objetivo de evitar taxas impostas por Donald Trump aos aviões fabricados pela Airbus fora dos EUA.
As aeronaves montadas pela Airbus em Mobile, no Alabama (EUA), por exemplo, não estão sujeitas ao imposto, já que a taxação tem o objetivo de preservar renda e empregos no país.
Segundo a Organização Mundial do Comércio divulgou em um relatório em dezembro passado, foram descobertas irregularidades no financiamento dos projetos A350 e A380 da Airbus, em que em torno de $9 bilhões de dólares foram fornecidos em subsídios ilegais através de financiamentos a juros extremamente baixos.
Sendo assim, no dia 14 de fevereiro de 2020, através do Escritório Representante do Comércio dos EUA, os norte-americanos aumentaram o imposto na importação de aeronaves da Airbus de 10% para 15%, inclusive citando diretamente o caso da Airbus para tal decisão.
Not your typical delivery flights for these Delta A350s. With a 15% tariff on Euro assembled Airbus aircraft, Delta will “base” these aircraft outside of the United States until a later date to avoid tariffs. https://t.co/JtKdU7Hl8M pic.twitter.com/78H8dMB1Oe
— Ben Bearup (@TheAviationBeat) September 16, 2020
Dessa forma, tem sido mais barato enviar as novas aeronaves para outros países e mantê-las por lá durante algum tempo, importando-as depois já como um produto em uso, e não como um avião novo sendo entregue direto da fábrica e sujeito aos impostos.
Mas ainda resta um questionamento. Se um dos aviões foi enviado para Amsterdã, por que o outro foi até Tóquio, em um voo muito mais longo e, portanto, mais caro? Esse mistério ainda não descobrimos. Qual seu palpite?
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