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Demanda de carga aérea ainda esbarra na falta de aviões em operação

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Avião Boeing 747-8F Cargolux

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) divulgou os resultados dos mercados globais de transporte aéreo de carga de agosto mostrando que a recuperação continua lenta em meio à capacidade insuficiente.

A demanda melhorou um pouco na comparação mês a mês, porém, os níveis permanecem reduzidos em relação aos de 2019. As melhorias continuam em ritmo mais lento do que sugerem alguns dos principais indicadores tradicionais.

Isso se deve às restrições de capacidade de transporte de carga em aeronaves de passageiros, uma vez que estas aeronaves continuam paradas. Os dados apontam que:

• A demanda global, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTKs), caiu 12,6% em agosto de 2020 (queda de 14% nas operações internacionais) em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado representa uma pequena melhoria em relação à queda de 14,4% registrada em julho. A demanda com ajuste sazonal cresceu 1,1% em agosto em relação ao mês anterior.

• A capacidade global, medida em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTKs), diminuiu 29,4% em agosto (queda de 31,6% nas operações internacionais) em relação ao ano passado, resultado quase igual à queda de 31,8% registrada em julho.

• A capacidade de transporte de carga internacional em aeronaves de passageiros ficou 67% abaixo dos níveis de agosto de 2019 devido à paralisação dos voos de passageiros em meio à pandemia da COVID-19. Isso foi parcialmente compensado pelo aumento de 28,1% na capacidade das aeronaves exclusivamente cargueiras. A utilização diária de cargueiros de grande porte é de quase 11 horas por dia, os níveis mais altos desde que esses números começaram a ser monitorados em 2012.

• A atividade econômica continuou sua recuperação em agosto, refletindo, entre outras coisas, no desempenho do PMI (Purchasing Managers Index), índice que mede a saúde econômica do setor de manufatura:

  • O PMI que acompanha os pedidos de exportação subiu 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o melhor resultado desde o fim de 2017.
  • O PMI que analisa a produção global do setor de manufatura aumentou em relação ao mês anterior e permaneceu acima da marca de 50, indicando crescimento.

“A demanda por carga aérea melhorou 1,8 ponto percentual em agosto em relação a julho. Isso ainda está 12,6% abaixo dos níveis do ano passado e bem abaixo da recuperação de 5,1% no PMI do setor de manufatura’, disse Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da IATA.

“A recuperação não é maior devido às restrições de capacidade, pois grande parte da frota de aeronaves de passageiros, que normalmente transporta 50% de toda a carga, continua parada. A alta temporada de carga aérea começará nas próximas semanas, mas com graves restrições de capacidade, então os transportadores devem buscar alternativas como transporte marítimo e ferroviário para manter a economia global em movimento”, completa o diretor.

Comparação anual de agosto – Fonte: IATA

Desempenho por região em agosto

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico tiveram queda de 18,3% na demanda por carga aérea internacional em agosto de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. Após uma recuperação inicial robusta em maio, o crescimento mês a mês da demanda com ajuste sazonal caiu pelo segundo mês consecutivo. A capacidade internacional está particularmente limitada na região, com queda de 35%.

As transportadoras da América do Norte relataram queda de 4% na demanda em relação ao ano anterior – o terceiro mês consecutivo com declínio de um dígito. Esse desempenho estável se deve em parte à forte demanda doméstica e transpacífica na rota Ásia-América do Norte, refletindo a demanda do comércio eletrônico de produtos fabricados na Ásia. A capacidade internacional diminuiu 28,2%.

As transportadoras da Europa registraram queda na demanda de 19,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os avanços foram pequenos, mas consistentes desde a queda de 33% registrada em abril.. A demanda continua fraca na maioria das principais rotas de comércio de/para a região. O grande mercado Europa-Ásia caiu 18,6% na comparação ano a ano. A capacidade internacional diminuiu 33,5%.

As transportadoras do Oriente Médio registraram queda de 6,8% nos volumes de carga internacional em agosto com relação ao mesmo período do ano passado, resultado bem melhor em relação à queda de 15,1% registrada em julho. As companhias aéreas regionais aumentaram agressivamente a capacidade nos últimos meses, com a capacidade internacional evoluindo de uma queda de 42% registrada em abril para uma queda de 24,2% em agosto, tornando-se a mais resiliente entre todas as regiões. A demanda nas rotas comerciais de/para a Ásia e América do Norte permaneceu forte, com queda de 3,3% e alta de 2,3%, respectivamente, na comparação ano a ano.

As transportadoras da América Latina registraram queda estável de 26,1% na demanda em relação ao mesmo período do ano passado, encerrando o período de três meses consecutivos de queda da demanda. A demanda nas rotas comerciais entre a América Latina (particularmente a América Central) e a América do Norte compensou a fraca performance em outras rotas. A capacidade continua muito limitada na região, com a capacidade internacional diminuindo 38,5% em agosto, a maior queda entre todas as regiões.

As companhias aéreas da África registraram aumento de 1% na demanda de agosto. Este foi o quarto mês consecutivo em que a região apresentou o maior aumento na demanda internacional e o único exemplo de crescimento ano a ano entre todas as regiões em termos de volumes internacionais. Os fluxos de investimento na rota África-Ásia continuam promovendo bons resultados regionais.

Informações oficiais da IATA

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