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Com autorização de Moro, Eastern Airlines volta ao Brasil em voo de repatriação

A clássica Eastern Airlines está de volta ao Brasil, desta vez para um voo de repatriação de brasileiros e outros cidadãos sul-americanos que ficaram semanas presos num navio de cruzeiro.

Boeing 767 Eastern Airlines
Boeing 767 da Eastern Airlines

O Ministro da Justiça autorizou que uma exceção fosse feita na nova regra de restrição de entrada de estrangeiros no país, a qual proíbe que estrangeiros não-residentes ou em trânsito entrem no país. A regra foi criada para evitar que estrangeiros ficassem presos no Brasil, sem conseguir chegar a seus destinos finais, uma vez que as fronteiras de alguns países encontram-se fechadas até para seus nacionais, como é o caso da Argentina e do Peru.

A autorização para o voo foi dada após pedido da operadora de cruzeiros Royal Caribbean, que teve uma grande dor de cabeça quando constatou haver casos de covid-19 a bordo do cruzeiro Celebrity Eclipse. O navio partiu da Argentina e estava na costa da Califórnia, quando tanto EUA como México negaram o atracamento.

Após muita negociação o Departamento de Estado dos EUA (DHS) autorizou o atracamento no Porto de San Diego para que os cidadãos sul-americanos sem visto americano desembarcassem, seguindo direto para o Aeroporto Internacional de San Diego que, coincidentemente, é na mesma rua do porto, distante apenas dois quilômetros.

De San Diego, um Boeing 767-300ER da Eastern Airlines já pronto levou os 58 argentinos, 41 brasileiros, 24 colombianos, 13 uruguaios, 4 bolivianos, 2 peruanos, 1 chileno e um equatoriano para o Aeroporto de Guarulhos, com escala em Miami.

Só foi autorizado o embarque de passageiros sem sintomas do Novo Coronavírus. Pelas restrições impostas pelos países, apenas o Chile e o Uruguai estão aceitando seus nacionais de volta, que seguirão em voos de carreira para seus países. Já os argentinos, colombianos, bolivianos, o peruano e o equatoriano, terão que ficar isolados em um hotel pago pela Royal Carribean até que o Itamaraty consiga negociar a entrada destes nos seu países.

Três vezes Eastern

Trajeto do 767 até o Brasil

O Boeing 767 que fez voo pertence à “terceira geração” da Eastern Airlines, que é a nova marca da antiga operadora charter norte-americana Dynamic Airways. A Eastern original foi uma das maiores empresas aéreas dos EUA e faliu em 1991, após perder mercado pouco a pouco para as low-costs que surgiram no final da década de 70.

A marca resurgiu em 2011 quando um grupo de investidores quis lançar uma nova empresa aérea, também baseada em Miami, focada no mercado latino-americano, similar ao modelo da anterior que inclusive chegou a fazer um punhado de voos para o Rio de Janeiro e São Paulo.

De início, a empresa conseguiu realizar diversos charters para grandes times esportivos americanos, para políticos em campanha e também para bandas. Porém, não conseguiu o mesmo sucesso nos voos regulares dada a grande competição, principalmente da American Airlines.

Foi vendida em 2017 para a SwiftAir (atual iAero Airways), que decidiu não adotar a marca, transferindo-a para a Dynamic Airways. Ainda assim, alguns 737 da SwiftAir ainda tem a pintura básica da Eastern e, inclusive, têm vindo ao Brasil em voos trazendo brasileiros deportados dos EUA.

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