Ele “vira o jogo”: AZUL completa um ano de operações com o Embraer E2

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Avião Embraer E195-E2 Azul

Há exatamente um ano, a Azul Linhas Aéreas realizava uma grande festa junto com a Embraer, em São José dos Campos, para a entrega do primeiro Embraer E-Jet da série E2 no mundo. De lá para cá, muita coisa mudou, mas o jato continua sendo parte da estratégia da empresa aérea no longo prazo.

A maior aeronave comercial já produzida no Brasil é motivo e orgulho para o país e a Azul, como cliente lançadora do E2, nunca deixou esse status ignorado. Na época da entrega do número 1, o presidente da empresa aérea, John Rodgerson, destacou o empenho da Azul por usar aeronaves produzidas no Brasil, gerando empregos e fomentando a economia do país, com cada aeronave resultando em aproximadamente R$ 40 milhões em impostos.

Um ano depois

No entanto, desde o começo desse ano, o mundo se viu no meio de uma pandemia e a Azul foi obrigada a revisar seus planos de crescimento, tocando diretamente no Embraer E2.

Em 13 de maio, já no meio da pandemia, e com cinco E2 na frota, a Azul teve que renegociar as entregas com a Embraer e postergá-las para depois de 2024, enquanto o prazo original de recebimento estava previsto para 2020 e 2023. O adiamento das entregas e, portanto, a redução de custos fixos, foi um componente importante do plano de recuperação da companhia, a fim de criar um caminho com liquidez para percorrer a crise.

Mas isso não significa que o E2 deixou de ser importante, muito pelo contrário.

Virando jogo

Num vídeo especial divulgado recentemente pela Embraer (assista abaixo), mas gravado antes da pandemia, Rodgerson não economiza elogios para o maior jato comercial brasileiro, atribuindo-lhe o status de “game-changer”, significando que o avião veio para mudar o jogo a favor da empresa aérea.

“Quando você tem um avião com 18 assentos a mais e que consome 19% menos combustível do que a geração anterior, então você tem um menor custo de manutenção e você vai (querer) voar muito mais com ele. O E2 nos dá o melhor custo por assento, o melhor custo por viagem e realmente fará uma grande diferença no crescimento que teremos nos próximos anos”.

Apesar de ser maior do que o seu antecessor, suas características não impedem a operação em aeroportos críticos como Congonhas ou Santos Dumont, dois destinos-chave para a empresa.

Infelizmente a pandemia atrasou os planos de “virada do jogo” da Azul e do E2, mas em breve o Brasil verá mais de 70 desses jatos nas cores da Azul e muito mais gente poderá sentir como é voar num avião projetado e produzido por brasileiros. Enquanto isso, há cinco voando pelo Brasil e, se você der sorte, poderá ter esse sentimento desde já.

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Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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