A decisão da alta gerência da Alitalia visa cortar voos que trazem prejuízo, na tentativa de tornar a empresa mais eficiente. Além de Santiago, Seul também terá seu voo diário cancelado. Além disso, a empresa anuncia a devolução de nove aviões.
Segundo reportagem do Corriere della Sera, para voar ao Chile e Coréia do Sul, a Alitalia perde cerca de 76.000 euros por dia (ou 50 milhões por ano), de acordo com uma análise de documentos conduzida pelo jornal italiano. Esse foi também o motivo que levou a cúpula da Alitalia a confirmar o corte de voos intercontinentais.
A rota para o Chile é a mais longa da rede Alitalia, com cerca de 12 mil quilômetros de extensão. Em 2018, pouco menos de 120 mil pessoas voaram na rota Roma-Santiago (operada com um Boeing 777-200ER), que foi operada a uma tarifa média de quase 600 euros, de acordo com documentos visualizados pelo Corriere. Naquele ano, a rota teve um prejuízo líquido de cerca de 8 milhões de euros. Em 2019 a perda dobrou.
Esses números levaram a Ferrovie dello Stato e a Delta Air Lines – enquanto negociavam criar um consórcio com a Atlantia no ano passado para assumir a Alitalia – a inserir as duas rotas na lista das que seriam canceladas o mais rápido possível, caso a aquisição desse certo, a fim de reduzir as perdas da companhia aérea.
Mudanças na frota
O CEO da Alitalia também antecipou o retorno de três aeronaves de longo curso, dois Airbus A330 e o único Boeing 777-300ER, ao seus donos. Em geral, nove contratos de aluguel estão prestes a expirar, explicou. Além dos três aviões para voos intercontinentais, os contratos também terminam para quatro Airbus A320 e dois A321, que são usados em voos domésticos, europeus e no Oriente Médio. Todos esses também serão devolvidos.
O único Boeing 777-300ER custa US$ 675.000 por mês – como declarado nos contratos -, enquanto cada um dos dois Airbus A330 custa US$ 500.000, um total de um milhão por mês que acaba nos bolsos da Etihad Airways, sua dona.