Embraer apresenta novo turboélice nos EUA, mas com menos assentos

O novo turboélice da Embraer, ainda sem nome definido, foi apresentado ontem para empresas aéreas americanas, mas com menos assentos do que o anunciado ao público.

Divulgação – Embraer

O novo avião tem sido objeto de diversas matérias nas últimas semanas, já que tata-se de um movimento de grande importância da Embraer. O avião terá fuselagem dos populares E-Jets, configuração de asa e motor semelhante à do CBA-123, e quer substituir o mercado dos primeiros ERJs, o E135/E145.

Os ERJ (Embraer Regional Jets), por sua vez, representam um dos grandes marcos da fabricante brasileira, quando conseguiu o trunfo de entrar com os dois pés no mercado americano, o maior da aviação regional global. Na época, o jato foi feito para este nicho de mercado, carregando um máximo 50 passageiros, já que havia uma limitante de peso e número de passageiros definida pelos Sindicato dos Pilotos.

Com o tempo, a chamada Scope Clause foi ampliada para incorporar aviões na faixa dos 70 assentos, onde a própria Embraer acertou em cheio com o E175-E1 – mas não conseguiu emplacar até hoje o E175-E2 (por limitações de peso).

Ainda assim, todos os ERJ-135/145 e os concorrentes canadenses CRJ-100/200 ainda estão voando, sem contar com um substituto muito claro, principalmente em rotas menos densas. São aeronave da década de 1990, com projetos compartilhados de jatos executivos, e que já demonstram o cansaço da idade. Por isso, a Embraer quer que o novo turboélice seja a escolha natural para a renovação de frota.

A sua concorrente Bombardier, inclusive, tem ido atrás de alguns clientes, oferecendo o CRJ-550, versão mais executiva do CRJ-700, que é maior que a série 100 e 200 da mesma família.

Apresentando nos EUA

A apresentação de ontem foi feita no encontro anual da Associação de Companhias Aéreas Regionais dos EUA. A ideia é seguir uma parte da estratégia da concorrente: pegar um avião de 70 assentos e configurar ele para 50, atingindo as cláusulas do sindicato dos pilotos que limitam os aviões por categoria de capacidade.

É uma oportunidade interessante”, afirmou o CEO da Republic Airways, Bryand Bedford, segundo revelou a Flight Global. Já o executivo da concorrente SkyWest Airlines, Chip Childs, aponta um possível problema: “Perdemos em velocidade, é óbvio, e grandes hélices, parecem ser algo que os americanos odeiam”.

Atualmente, são mais de 600 jatos na categoria de 50 assentos voando nos EUA, alguns na faixa dos 30 anos de idade, que é a idade média de aposentadoria de muitos aviões comerciais.

Resta agora a Embraer apresentar os números de eficiência da aeronave e convencer não apenas as aéreas, mas também os passageiros, que trocar o jato pelo turboélice é uma boa escolha.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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