Embraer avalia retorno ao mercado de turboélices com nova aeronave

Embraer E120ER Brasília, visto aqui pousando em Los Angeles, nos seus últimos meses de operação nos EUA.

A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves no mundo, está em conversa com companhias aéreas sobre o possível desenvolvimento de uma nova aeronave turboélice regional. Uma demanda estaria surgindo nos EUA, que é o principal mercado da fabricante brasileira.




A última aeronave turboélice comercial fabricada pela Embraer foi o Brasília, sucesso no mundo inteiro e que marcou a entrada da Embraer no mercado americano. A aeronave operou por 30 anos nos EUA, até ser aposentada em junho de 2015 pela SkyWest Airlines, empresa regional que opera voos para a United sob a marca United Express.

O Embraer E120 Brasília tem configuração padrão de 30 assentos, e operava diversas rotas regionais curtas, como Los Angeles – San Diego, no estado da Califórnia. Desde então, a rota tem sido operada pelos menores Bombardier CRJ200 com 50 assentos e até o maior avião regional no país, o Embraer E175 com 76 assentos. Outra rota operada era entre Los Angeles e a pequena cidade de Santa Maria, no centro do estado, que foi cancelada após a retirada da aeronave. Este gap entre rotas com baixa demanda e aeronaves muito “grandes” para elas pode ser atendido com a possível nova aeronave da Embraer.

A avaliação para esta nova aeronave foi revelada pelo presidente da Embraer, John Slattery, durante uma palestra no Clube de Aviação do Reino Unido. “Nós estamos nos estágios iniciais do que o projeto pode ser. Os projetos atuais de aeronaves turboélices tem décadas de idade, podendo abrir uma porta para um novo design”, declarou Slattery. Ainda segundo o presidente, o feedback das companhias aéreas nas conversas iniciais foram bem produtivos. É provável que a Embraer faça mais de uma versão da aeronave para cobrir capacidades de passageiros diferentes, de maneira similar ao que é feito com os E-Jets 175, 190 e 195. Rumores apontam para uma aeronave entre 40 e 70 assentos.

Motores novos estão sendo considerados, e uma das apostas é o GE93 ATP. O novo motor turboélice da General Eletric irá equipar o monomotor Cessna Denali, que promete ser o mais rápido da categoria, competindo diretamente com o Pilatus PC-12, que utiliza o renomado Pratt & Whitney PT-6. O motor PT-6 (conhecido no Brasil como pe tê meia) equipa o Super Tucano da Embraer e é líder absoluto na categoria, mesmo sendo um projeto dos anos 60.

O novo GE93 está sendo desenvolvido do zero, terá partes feitas por impressoras 3D e possuirá tecnologias do GE9X, que será o maior motor a jato do mundo equipando o Boeing 777X. Segundo a GE, este novo motor terá versões com potência entre 850 e 1650HP, com 20% menos consumo que os motores atuais e provendo 10% a mais de potência em cruzeiro. O motor poderia ser fabricado nas instalações da GE Celma em Petrópolis, Rio de Janeiro.

Com informações do The Aviation Club UK.

Carlos Martins
Carlos Martins
Fascinado por aviões desde 1999, se formou em Aeronáutica estudando na Cal State Long Beach e Western Michigan University. #GoBroncos #GoBeach #2A

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