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Um Embraer E190 e um Boeing 737 da KLM quase colidiram durante a decolagem em Amsterdã em 2018, revelou ontem um relatório preliminar emitido pelo DSB, o órgão de investigação da Holanda.
O E190 de matrícula PH-EXV, da subsidiária regional KLM Cityhopper, estava para decolar na pista 18C para Edimburgo, na Escócia.
O número dois para decolagem era o 737-800, também da KLM, de matrícula PH-BXI, que iria para Hamburgo, na Alemanha.
Para o Boeing 737, foi autorizada a entrada na pista pela taxiway W4. Já para o Embraer, pela W1, que é mais próxima da cabeceira. E foi aí que os problemas começaram.
O controlador autorizou o Embraer a decolar. Após isso, a tripulação do Boeing informou que estava pronta no ponto de espera da taxiway W4.
Logo em seguida, a torre também liberou o Boeing para decolagem, enquanto o Embraer corria a pista para ganhar velocidade e decolar.
A tripulação do E190 ouviu a liberação de decolagem do Boeing quando estava passando 85 nós (157km/h) de velocidade, e decidiu abortar a decolagem, parando apenas a 19 metros do 737.
Ciente também que o E190 estava decolando, os pilotos do Boeing não moveram a aeronave e continuaram parados na pista, o que também contribui para que a colisão fosse evitada.
Logo após a parada do Embraer, a torre foi avisada sobre a ocorrência pelo sistema de alerta de incursão de pista, que é formado por uma série de radares e câmeras.
Controlador sobrecarregado
Logo após a ocorrência, o Conselho Holandês de Segurança iniciou uma investigação sobre o caso, que foi tratado como incidente grave de solo.
O orgão, de início, afirmou que existe um risco aumentado de incidentes e acidentes no local, pelo fato de o Aeroporto de Schipol em Amsterdã contar com várias entradas na pista, que seriam as taxiways W1, W2, W3 e W4.
Outro ponto relatado pelo órgão foi a sobrecarga do controlador de voo: um mesmo controlador era responsável pela pista 18C, pela 09 e pela 22, sendo que esta última era usada no momento tanto para decolagens quanto para pousos.
No mesmo dia, inclusive, o controlador foi envolvido em outras duas ocorrências: na primeira, um pequeno avião cruzou o aeroporto sem seguir as instruções dele, o que causou um risco de colisão com as aeronaves decolando da 18C.
Isso, segundo o próprio controlador, o deixou chocado e com medo. O mesmo reportou os sentimentos ao seu supervisor, que o mandou continuar o trabalho.
Logo depois, o mesmo controlador autorizou outro avião a decolar na pista 18C ingressando pela taxiway W4, sendo que, 15 segundos antes, um avião tinha decolado da mesma pista, o que acarretaria uma decolagem sem manter a separação mínima.
Neste caso, a tripulação cotejou a informação e o controlador percebeu o erro, e pediu para desconsiderar a autorização de decolagem.
A investigação ainda não foi concluída, sendo que ainda serão emitidas recomendações para evitar que casos como esse ocorram no futuro.
Com informações do Aviation Herald
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