Embraer E195-E2 novinho da KLM é acertado por um raio e fica danificado

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Avião Embraer E195-E2 KLM Cityhopper
Imagem: Embraer

Recentemente, falamos bastante sobre o recebimento e entrada em serviço dos primeiros jatos do modelo Embraer E195-E2 na frota da empresa holandesa KLM, no final de fevereiro. Menos de um mês depois do primeiro exemplar aterrissar em Amsterdã, ele registra seu primeiro incidente: mas não há o que se preocupar, foi algo corriqueiro.

Reporta o The Aviation Herald que o jato de matrícula PH-NXA, o primeiro a entrar na frota da empresa, realizava o voo KL-1831, de Amsterdã para Berlim, na quinta-feira (11), quando os pilotos se depararam com uma aproximação em meio a um tempo fechado e tempestuoso na capital alemã.

Durante a etapa de aproximação, e em meio a raios e trovões, os pilotos foram orientados a manter em espera a 5.000 pés (~1.500 metros) por cerca de 20 minutos, antes das condições do aeroporto melhorarem e o pouso ser autorizado.

A aterrissagem aconteceu normalmente e o avião taxiou até o terminal para o desembarque dos passageiros. No entanto, ele não pode decolar novamente em seguida, devido a danos encontrados (não especificados), causados por um raio. Por conta disso, a aeronave ficou parada durante as próximas 48 horas, antes de voar vazia a Amsterdã para assumir novos voos nesse final de semana.

Tracking do voo via RadarBox

Raio é perigoso?

Raramente uma descarga será perigosa para a aviação, mesmo sendo um fenômeno que mostra a força da natureza e que impressiona a quem testemunha.

Dentro dos aviões, testemunhas contam que é possível ver um flash e ouvir um barulho alto quando um raio atinge a aeronave. Além disso, nada de sério deve acontecer por causa da cuidadosa proteção contra raios projetada nas aeronaves modernas e em seus componentes sensíveis.

Inicialmente, o raio acertará uma extremidade, viajará através da fuselagem exterior condutiva e das estruturas da aeronave e sairá de alguma outra extremidade, como a cauda. Os pilotos ocasionalmente relatam oscilações temporárias de luzes ou interferência de curta duração nos instrumentos.

Estima-se que, em média, cada avião da frota comercial do Brasil seja atingido por um raio mais de uma vez por ano, embora nem sempre seja totalmente perceptível.

A maioria dos revestimentos de aeronaves contém alumínio, que conduz eletricidade muito bem. Algumas aeronaves modernas são feitas de materiais compostos avançados, que por si só são significativamente menos condutores do que o alumínio. Nesse caso, os compostos contêm uma camada embutida de fibras condutivas ou telas projetadas para transportar correntes elétricas.

A outra área principal de preocupação é o sistema de combustível, onde até mesmo uma pequena faísca pode ser desastrosa. Nesse caso, os engenheiros tomam precauções extremas para garantir que as correntes de raios não possam causar faíscas em qualquer parte do sistema de combustível de uma aeronave.

O revestimento da aeronave ao redor dos tanques de combustível é espesso o suficiente para resistir a fortes temperaturas. Todas as juntas estruturais e fixadores devem ser bem projetados para evitar faíscas. As portas de acesso, tampas de enchimento de combustível e quaisquer aberturas devem ser projetadas e testadas para resistir a raios.

Todos os tubos e tubulações que transportam combustível para os motores, e os próprios motores, devem ser protegidos contra raios. Além disso, novos combustíveis que produzem vapores menos explosivos são amplamente usados.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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