Quando questionado sobre o desempenho ruim da Embraer no ano, o CEO da companhia foi enfático ao descartar a necessidade de uma salvação para a companhia.
O questionamento foi feito por Joe Anselmo, Editor-Chefe da revista Aviation Week, ao CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto.
O jornalista citou o fato da receita da Embraer no terceiro trimestre ter caído 63% (comparado ao ano passado) e o fim do negócio com a Boeing. “Dados os problemas financeiros, não será difícil vender aeronaves sem um grande parceiro?”, questionou Joe.
Francisco foi direto: “A Embraer não precisa ser salva, nós fizemos um grande trabalho com empréstimos do BNDES e outras instituições que irão promover uma liquidez de dois a três anos”.
“Eu estou bem confiante que a Embraer tem um futuro brilhante à frente, ainda mais brilhante do que tivemos antes. Eu acredito num plano de cinco anos, que durante ele atingiremos receitas mais altas que a do passado, porque agora temos novos produtos”, afirma o CEO.
O executivo cita, como exemplo, o C-390 Millenium, que acabou de ganhar uma venda para a Hungria, e também os dois novos projetos de aeronaves turboélices, tanto para o mercado civil como um modelo híbrido para o setor militar.
Apesar do otimismo, a empresa ainda procura parcerias, mas nada tão profundas quanto foi com a fabricante americana, que decidiu de última hora “pular fora do barco” e acusar a Embraer de descumprimento contratual. A Embraer nega e a briga já foi para os tribunais.
“Estamos abertos a parcerias, mas não para uma que seja complexa ou radical como tentamos fazer com a Boeing. Queremos olhar para parcerias para abrir novos mercados, novas produções, serviços e projetos, como o turboélice que eu mencionei. Não iremos mais vender uma unidade completa mais”, conclui Francisco.