Embraer vislumbra novas oportunidades de vendas de E-Jets no Oriente Médio

Embraer E195

Em entrevista coletiva durante o Dubai Airshow, o presidente da linha de aeronaves comerciais da Embraer, John Slattery, declarou que vê uma grande oportunidade de expandir a frota de E-Jets no Oriente Médio, uma aeronave que ele descreve como perfeitamente adequada para conectar cidades menores aos enormes hubs da região.

Como executivo-chefe da unidade comercial da Embraer desde 2016 e que deve permanecer no cargo após uma aquisição planejada desse negócio pela Boeing. já era esperado que ele falasse dessa forma, mas há, de fato, oportunidades na região. A empresa chega ao Dubai Airshow com três novas aeronaves para administrar, o E175-E2 (ainda sem pedidos), o E190-E2 e o E195-E2. Para a feira desse ano, a Embraer levou apenas o E195-E2 na pintura “Tech Lion”.

Demanda futura

Slattery acha que as companhias aéreas do Oriente Médio precisarão de aeronaves do tamanho de E-Jet em voos de cidades “secundárias ou terciárias” para alimentar aeronaves de grande porte que partem dos principais centros de conexão, como Dubai. Apesar de se recusar a citar países ou companhias aéreas específicas, ele diz que a Embraer tem várias campanhas de vendas no Oriente Médio em andamento.

A Embraer prevê que os operadores do Oriente Médio precisarão de 290 aeronaves com até 150 assentos até 2038, com a frota de aeronaves da região nessa categoria saltando de 210 em 2018 para 440 em 2038, de acordo com a previsão do fabricante.

Oportunidades para os E-Jets da Embraer

A Embraer tem uma presença mediana no Oriente Médio, com operadores como a Royal Jordanian, Saudia, Oman Air, Arkia, Flynas, além da Egyptair Express e outras menores. Slattery diz que a empresa está bem posicionada competitivamente. Ele acredita que, com a interrupção da produção dos jatos CRJ pela Bombardier, a Embraer ficará em uma posição mais forte.

Mas isso não quer dizer que a Embraer não concorra com outros produtos – ela enfrenta alguma sobreposição com o Airbus A220. Mas Slattery nota rapidamente que os E-Jets geralmente preenchem um segmento diferente. “Nosso nicho é claramente definido como uma operação de jato regional”, diz ele, que descreve os A220s como mais próximos das aeronaves para rotas “principais”

Competição

Os E190-E2s têm 97-114 assentos e alcance de 2.850nm, enquanto os E195-E2s oferecem 120-146 assentos com alcance de 2.600nm. O E175-E2, em desenvolvimento, terá capacidade de 80 a 90 assentos e alcance de 2.000nm, de acordo com a Embraer.

Os A220-100s transportam 100-120 passageiros em até 3.400nm, enquanto os A220-300s podem acomodar 120-150 passageiros com alcance de até 3.350nm, de acordo com a Airbus.

Uma ameaça competitiva mais preocupante para a Embraer pode vir da Mitsubishi Aircraft, que está desenvolvendo sua linha de jatos regionais SpaceJet enquanto trabalha para fechar a compra do programa CRJ da Bombardier. Apesar dos anos de atraso, a Mitsubishi Aircraft diz que seu M90 de 88 lugares entrará em serviço em 2020. Enquanto isso, está desenvolvendo o M100 de 76 lugares, com uma meta de entrada para 2024.

Carlos Ferreira
Carlos Ferreira
Managing Director - MBA em Finanças pela FGV-SP, estudioso de temas relacionados com a aviação e marketing aeronáutico há duas décadas. Grande vivência internacional e larga experiência em Data Analytics.

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